A Tempestade tropical Akará se formou na costa do Sul do Brasil entre o final do domingo e as primeiras horas desta segunda-feira com o aprofundamento de centro de baixa pressão que antes passou pelos estágios de depressão subtropical e depressão tropical. Trata-se de um dos muito raros episódios de uma tempestade tropical, o estágio anterior ao de um furacão em ciclones tropicais, registrados até hoje na costa brasileira.
Uma vez designado o ciclone como uma tempestade, o sistema passa a ser nomeado de acordo com a lista oficial de ciclones anômalos (subtropicais ou tropicais) prevista pela Marinha para a costa do Brasil. Esta tempestade recebe o primeiro nome da nova lista de ciclones e passa a ser denominado a partir de agora de tempestade tropical Akará, uma espécie de peixe na língua Tupi.
Condição atual da tempestade tropical Akará
Akará era uma tempestade tropical em intensificação na madrugada desta segunda-feira na costa do Sul do Brasil. De acordo com o best track da NOAA, a agência de tempo e clima dos Estados Unidos, Akará às 3h desta segunda tinha estava nas coordenadas -29ºS e 42,3ºW com pressão mínima central de 997 hPa, portanto em alto-mar, a Leste do Litoral Norte do Rio Grande do Sul e do Litoral Sul de Santa Catarina.
De acordo com a análise da NOAA por satélites, a tempestade se intensificou de 2.0 para 2.5 na técnica de Dvorak de ciclones tropicais, o que fez com que o sistema fosse elevado de depressão subtropical para tempestade tropical. Um número 2.5 corresponde a ventos sustentados de 35 nós ou 65 km/h. Um ciclone tropical com ventos sustentados entre 63 km/h e 119 km/h é classificado como uma tempestade tropical. Se os ventos forem acima de 119 km/h, o sistema passa a ser designado como um furacão.
Haverá impacto nos continentes
A trajetória indicada pelos modelos numéricos, como se viu, projeta a tempestade Akará se deslocando para Sul em alto-mar a uma maior distância do continente. Embora o campo de vento forte de um ciclone possa se estender por centenas de quilômetros, em especial em ciclones extratropicais, o que não é o caso deste, o vento mais forte e intenso ficaria limitado a áreas de mar aberto e distante da faixa costeira por todas as projeções, sem exceção.
Com isso, um impacto que pode ser sentido na costa é agitação marítima com ondas mais altas, mas nada significativo. Mesmo o risco de uma ressaca maior não é alto, uma vez que, pelas características do sistema e a intensidade do vento em torno do seu centro de circulação, o swell não seria tão expressivo como nos comuns ciclones extratropicais de inverno.
Por MetSul Metereologia