A baixa procura pela vacina contra a poliomielite acendeu um alerta na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Igrejinha e motiva, de uma forma mais intensa, a realização de campanhas para que o índice preconizado pelo Ministério da Saúde seja alcançado e as crianças da cidade (e da região) fiquem livres do vírus.
Recentemente, um comunicado divulgado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) afirmou que Brasil, República Dominicana, Haiti e Peru correm um alto risco de reintrodução da doença em função da queda na cobertura vacinal.
Atentos ao cenário em Igrejinha, o secretário de Saúde, Vinicio Wallauer, explica que a secretaria tem realizado diversas ações desde o início da campanha para que a maioria das crianças esteja imunizada, no entanto, o esforço só gerou resultados após a SMS mobilizar equipes de profissionais que vão até às escolas municipais para aplicar a gotinha. “Começamos a fazer na semana passada um trabalho nas escolas de educação infantil. Essa semana devemos concluir todas as EMEI’s e depois vamos iniciar esse trabalho com as crianças que estão na educação infantil, nas escolas de ensino fundamental”, contextualizou Wallauer.
Desta forma, a secretaria prevê alcançar uma média de 90% do público infantil.
Relato do vice-prefeito
- Joãozinho Lopes, vice-prefeito de Igrejinha, foi diagnosticado com poliomielite quando criança – época em que ainda não existia vacina contra a doença – e alerta sobre os perigos do vírus. “Eu, por exemplo, consigo caminhar, mas conheço pessoas que não conseguem, que tem maiores limitações por conta das sequelas da poliomielite”, contou. “A polio não tem cura, a única forma de prevenção é a vacina”, salientou Lopes.
Trabalho e cobertura
O responsável pela pasta da saúde relembra um dos objetivos dessa mobilização que está acontecendo com relação à vacina da polio. “Hoje o que está se trabalhando, com todos esses apelos que estão sendo feitos, é para que as crianças estejam vacinadas. Que os pais levem as crianças para vacinar, para que a gente tenha um percentual maior possível de imunização, para que a gente possa impedir que o vírus da polio possa voltar ao Brasil”, explicou o secretário.
A campanha nacional da vacinação já encerrou, mas o imunizante está disponível em todas as unidades de saúde do Brasil.
Até o momento, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, apenas 60% do público-alvo da campanha recebeu a dose necessária. No entanto, a meta da mobilização é atingir 95% de crianças com até 5 anos, faixa etária que deve receber a gotinha.
No Brasil, nenhum caso de poliomielite é confirmado há mais de 30 anos.