Parobé – Ao término de 31 de dezembro de 2020, o prefeito Diego Dal Piva da Luz conclui o mandato iniciado, em abril, e conquistado através da Eleição Suplementar, após o afastamento da chapa Irton Feller/Marizete Pinheiro da Prefeitura de Parobé.
À frente do município durante nove meses, Picucha está convicto e orgulhoso de ter o que apresentar à comunidade. “Em poucos meses, asfaltamos quase 30 ruas, encaminhamos a reforma de mais de 16 escolas entre fundamentais e infantis. Além disso, na EMEI Azaleia, oportunizaremos 120 novas vagas de berçário. Além disso, estamos ampliando a EMEI Algodão Doce, no bairro Nova Parobé, onde 60 vagas serão criadas, totalizando 180 novas vagas, em 2021. Ouvimos as diretoras que elegeram prioridades na reforma de muros, cercamento, ampliações, banheiros, troca de forros, pintura, entre outra série de melhorias”, pontua Diego Picucha.
Além disso, na saúde, o prefeito reeleito de Parobé conseguiu implementar a humanização dos serviços nesta área tão sensível em qualquer município. “Precisamos ver o cidadão como um ser humano e não um número. Tenho entendimento que sou um cidadão e que estou na cadeira de prefeito. Me elegi e trouxe junto comigo os anseios da comunidade. Me coloco no lugar do cidadão e no lugar das pessoas. Humanizamos o serviço de saúde. Desde o atendimento, cobramos muito deles e procuramos como nas obras, otimizar os recursos, contratar os profissionais necessários. Estendemos muito os serviços como fisioterapia, dentista e, hoje, temos tratamento de canal pelo SUS. Colocamos dentista no interior, colocamos DIU na Secretaria de Saúde e esse é um diferencial do mandato”, cita.
Entrevista com Diego Dal Piva da Luz, prefeito de Parobé
Repercussão Paranhana: A situação fiscal do município não é das mais confortáveis. Como tem contornado as adversidades para efetuar o pagamento das dívidas?
Diego Picucha: Assumimos o compromisso de abrir a caixa preta da Prefeitura. Foi o que fizemos. Contratamos uma equipe de auditoria e apuramos o endividamento do nosso município. Recebemos uma dívida consolidada de R$ 49.619.662,03. Com um grande esforço conjunto, boa gestão e investindo da forma correta o dinheiro da população, pagamos R$ 7.163.280,37 de abril até dezembro. Partindo desse pressuposto, procuramos dar prioridade para as ações básicas do nosso município. Para se ter uma ideia, o orçamento projetado para 2020 era de R$ 170 milhões e vamos atingir algo entre R$ 130 e R$ 140 milhões.
RP: Quanto ainda resta a pagar?
DP: Fizemos o pagamento de 3 a 4 milhões de reais de dívidas. Priorizei a quitação de dívidas existentes com laboratório de análises clínicas, fornecimento de oxigênio e com o Hospital de Sapiranga. Tudo foram ações para manter o atendimento para a comunidade. São contas antigas que tive que pagar. Meu compromisso é honrar com os fornecedores e, desde 1º de abril, não temos nada de aberto. Cortei contratos e diminuí custos e administramos o município mesmo com o cenário de pandemia e queda de arrecadação. Conseguimos otimizar e poupar recursos. Diminuímos os gastos, diminuímos o número de secretários, reduzimos o número prédios alugados e nunca pegamos diária. Só na redução de secretários, aluguel e diárias economizamos mais de R$ 100 mil ao mês. Fomos otimizando os recursos e investindo, proporcionando melhorias na vida das pessoas.
RP: Como você encara essa situação delicada envolvendo o RPPS e as dívidas?
DP: O RPPS tem um problema muito sério. Entre 1999 a 2002 não foi recolhido. O pessoal não contribuiu durante 11-12 anos e isso foi um rombo muito grande. Então, hoje, o RPPS, o município paga a amortização da dívida, que no passado dava R$ 800 mil mês. Pagamos a parte patronal que fica entre 500-600 mil reais/mês e pagamos os parcelamentos de outros governos, que não são os meus, então, por óbvio, se fosse só a questão patronal, eu como Executivo, poderia pagar tranquilamente esse valor, mas como pegamos o município com esse problema, já com a amortização de uma dívida de 12 anos sem pagar, hoje, o RPPS, é uma das prioridades para fazer um estudo no início de 2021, para solucionarmos, pois o RPPS é insustentável. Está indo para um caminho sem volta. Não existia saúde financeira tendo em vista que a arrecadação normal já não é fácil honrar com esses três compromissos, ainda mais em uma situação de pandemia, com queda de receita. Optamos em pagar todas as obrigações do RPPS, ou se pagava a folha dos funcionários, aí, não teria dinheiro para manter posto de saúde aberto, a prefeitura aberta, e muito menos para pagar a folha. Hoje, em dezembro, os servidores não teriam recurso para receber salário. É uma questão lógica e matemática, e lembrar para os servidores que já houve parcelamento em outros governos, e que não eram momentos de exceção. E, lembrando, que estamos em um momento de exceção. Estamos em estado de calamidade e eu tenho uma Lei Federal que me autoriza a fazer isso. Foi feito em outro momento, onde não existia lei autorizativa. Eu estou fazendo em um momento que ocorreu queda de arrecadação, estamos em um estado de calamidade pública. Eu fui autorizado mediante Lei Federal. Não precisaria nem estar pagando o parcelamento. Como temos responsabilidade e queremos honrar com os compromissos, nós estamos pagando os parcelamentos (patronal e amortização). Temos um olhar especial com a patronal e, em 2021, vamos ter que estudar uma maneira de solucionar esse problema.
RP: Qual a fórmula que a Administração tem usado para levar asfalto para quase 30 ruas em um curto período de tempo?
DP: Conseguimos fazer porque fizemos ao contrário do que se fazia anteriormente. Nosso objetivo é estruturar a administração pública como na iniciativa privada. E o motivo para estarmos conseguindo fazer isso, citando o caso de infraestrutura, em primeiro lugar, porque temos um secretário técnico, valorizamos os funcionários, temos um corpo técnico e, ao invés de terceirizarmos esse serviço de asfalto, nós estruturamos a Secretaria de Obras como uma empresa. Hoje, a Secretaria de Obras tem uma equipe de servidores, seja concursados ou contratados, que faz PAVS, que faz asfalto e o município conta com uma usina de asfalto frio, com uma vibroacabadora, ao longo dos anos, em um curto espaço de tempo, estruturamos a Secretaria de Obras como uma empresa e por isso que funciona. Antes, para fazer uma rua, carecia de estudo, uma análise do planejamento, processo licitatório, contratação de uma empresa, hoje não, se temos uma estrutura, se faz um estudo no planejamento, da necessidade e questão da mobilidade urbana, se passa ônibus, se é a entrada ou saída de um bairro, na questão prática, vamos lá, limpamos a rua em um dia, e no outro, colocamos
o asfalto.