Quem não utiliza bem os seus recursos e extrapola os seus custos fixos mensais acaba ou assumindo dívidas intermináveis ou quebrando. Mas, no âmbito do Poder Público, parece que as medidas são avaliadas de outra forma. Vejamos o caso da Câmara de Vereadores de Rolante. Atualmente, a Câmara paga R$ 3.500,00 mensais pelo aluguel de um prédio de 337 m² na Rua Noé de Freitas, 214, no Centro. Ou seja, em um ano, são desembolsados R$ 42.000,00, e em um mandato de quatro anos são R$ 168.000,00. Recentemente, a Câmara de Vereadores anunciou o acerto com a Prefeitura (que é a detentora de todo o recurso público municipal) para efetuar a compra de um terreno para a futura construção da Câmara de Vereadores. Nesta medida, serão gastos R$ 180.000,00 somente para a compra do terreno. Como todos sabem, a construção de uma simples casa de pouco mais de 50 metros quadrados, com mão de obra e materiais principais e básicos, não sai por menos de R$ 100.000,00.
Medida pode acarretar novos custos
O raciocínio é simples, caro leitor. Anunciar construção de uma sede próprio, automaticamente, levará o Poder Legislativo de Rolante para iniciar gastos adicionais que virão com toda a construção, por exemplo: ferro, cimento, tijolos/blocos, areia, brita, cerâmica, fios elétricos, portas, janelas, vidros, enfim, a lista é grande. Além disso, incentivará os nobres edis a tomar uma outra decisão, que é a de projetar salas para uma eventual contratação de assessores (que no caso, totalizaria nove funcionários a mais). Rolante é um município em desenvolvimento, mas que carece de inúmeras melhorias. Imaginem, leitores. Câmara e Prefeitura anunciando investimentos de forma conjunta com esse mesmo dinheiro que foi usado para a aquisição do terreno da Câmara e mais o recurso (do teu imposto) que será usado para construir esse novo prédio, que sem nenhuma dúvida, por baixo, custará certamente, mais de R$ 200.000,00. Só neste simples cálculo é possível chegar aos R$ 380.000,00 (que pagaria oito anos de aluguel nos padrões atuais). Fora custos que crescerão com mais consumo de energia elétrica, água e produtos da rotina de um prédio público. Decisões que impactam financeiramente o dinheiro do contribuinte merecem uma profunda reflexão, e não é de bom tom tomar decisões por impulso.