Três Coroas – A mulher presa na semana passada, acusada de liderar o tráfico de drogas em Três Coroas, no Vale do Paranhana, já tem um histórico longo no crime. Conforme o delegado Ivanir Caliari, que comandou a investigação, a mulher, chamada pela facção criminosa de Vivi, 37 anos, é viúva de um dos maiores líderes do tráfico da região, Ederson da Silva Nantal, vulgo Saraiva.
Ele foi encontrado morto na cela da penitenciária estadual de Charqueadas, em janeiro de 2022. Natural de Três Coroas, Saraiva estava respondendo por crimes de tráfico de drogas, incêndio criminoso e homicídio. “Três Coroas durante muito tempo, mais de uma década, teve o tráfico gerenciado pelo principal líder, vulgo Saraiva. Ele morreu no presídio e essa investigada era, então, companheira dele. Depois da sua morte, ela passou a comandar os negócios de venda de entorpecentes com a antiga equipe dele”, contou o delegado, que investigava Vivi desde abril deste ano. Foram seis meses para conseguir provas e o mandado de prisão dela e de parte do grupo.
Casa em Três Coroas
Quando o traficante Saraiva ainda estava vivo, a Polícia Civil tinha a informação de que a companheira residia no bairro Glória, em Porto Alegre. “Agora, estava morando no Sarandi (também na Capital), e vinha com certa frequência para Três Coroas, onde ela tinha uma casa naquela vila que cumprimos o mandado, o Morro do Raul, que é o principal reduto do falecido traficante Saraiva”, revela o delegado Caliari.
CINCO INTEGRANTES DO GRUPO FORAM PRESOS
Na operação que prendeu a líder, policiais cumpriram nove mandados de busca e apreensão em Três Coroas, em sua maioria no Morro do Raul, bem como em Porto Alegre, Igrejinha, Canela, Taquara e Novo Hamburgo. Mais cinco acusados foram presos, sendo um deles, o considerado “braço direito” da traficante, que residia em Novo Hamburgo.
Represálias contra polícia
O delegado conta que, desde que assumiu a DP, em 2015, realizou diversas operações para conseguir manter Saraiva preso. Em 2017, após uma das ações da polícia, que apreendeu grande quantidade de droga com uma companheira do traficante (que não é a mesma presa dias atrás), ele ordenou, de dentro da cadeia, a queima de ônibus em Três Coroas. Conforme escutas, ele também ligou para a namorada fazendo ameaças a um policial e ordenou o ataque ao ônibus.
TODOS MANDADOS POR ELA
O delegado Caliari reitera que a traficante Vivi segue liderando toda a quadrilha do tráfico. “É difícil falar quantos eram subordinados a ela, mas dá para dizer que todo o tráfico de Três Coroas passa pelo gerenciamento dela, é muita coisa. Ela realmente tomou o lugar do falecido companheiro, que era o principal traficante da cidade”, completou.