Taquara – Um crime brutal chocou toda a região no início desta semana. Após conseguir fugir de casa, em Taquara, no Vale do Paranhana, uma mãe e o filho de sete anos conseguiram ir até Novo Hamburgo para pedir socorro à Brigada Militar e Polícia Civil. O relata da mãe trouxe à tona seis meses de estupros, torturas e humilhações em um depoimento que chocou até mesmo policiais que atuam há muitos anos na segurança pública, como o próprio delegado de Taquara, Valeriano Garcia Neto. “O relato da vítima é de arrepiar. Em 13 anos de polícia, não tinha visto nenhum relato que se aproximasse de tamanha brutalidade. São crimes de lesão corporal, estupro, estupro de vulnerável, tortura, todos os tipos de violência possíveis e até inimagináveis”, relatou o delegado.
O caso chegou até a polícia na segunda-feira e, de imediato, a Polícia Civil de Taquara passou a fazer buscas para localizar o criminoso, identificado como Denerson Antônio Tome Lourenço, de 42 anos. Ele e a vítima estavam em um relacionamento há cerca de um ano. No início da relação, a mulher, de 30 anos, disse que ele era atencioso e carinhoso com ela e o enteado. No entanto, quando passaram a morar juntos, a violência passou a ser rotina na residência, que fica no bairro Empresa.
Delegado pede ajuda
Os policiais civis já fizeram diligências em vários endereços nos quais Denerson poderia ser encontrado, mas não obteve êxito. Desde segunda à noite, ele é considerado fugitivo. O delegado Valeriano pede a ajuda da comunidade para conseguir capturar o criminoso. “Temos a necessidade daquelas pessoas que puderem ter alguma informação que possa contribuir com as investigações, que tenham essa atitude de humanidade com as vítimas”.
O número para denúncias é (51) 98443-3481, com WhatsApp. O sigilo é garantido.
Choques elétricos e agressões com porretes e vassouras
Mãe e filho eram torturados com choques elétricos, porretes e vassouras. Por diversas vezes, a vítima relatou que foi abusada sexualmente, assim como o filho. Segundo a mãe, as agressões iniciavam por diversos motivos: por ele não gostar do café, por ciúmes, em uma das vezes, o menino foi brutalmente espancado após perder um material escolar. Após os relatos, mãe e filho foram transferidos para um endereço que não será divulgado por segurança. “Mas os dois estão protegidos”, garante o delegado. Eles também passaram por exames e foram encaminhados para atendimentos médicos.
Além dos esforços para capturar o foragido, a investigação da Polícia Civil também apura se mais pessoas sabiam dos espancamentos e abusos. “Pela importância das lesões encontradas e pelo relato das violências sofridas, aquilo não acontecia em silêncio. Vizinhos, familiares e pessoas próximas, tenho dúvidas se eles realmente não tinham conhecimento de que algo estranho estaria acontecendo. Choros, gritos, pedidos de clemência e piedade para cessar as agressões, com certeza, não eram feitos em tom de voz baixo”, disse o delegado.