Por Kainã Bohn
Nas décadas de 70 e 80, o Carnaval era uma comemoração em referência nas cidades do Vale do Paranhana e, em Taquara, não era diferente. Os tradicionais bailes de Carnaval destacavam-se na região, com quatro noites de festa. Os Clubes 5 de Maio e Comercial davam início às festividades, finalizando no tradicional “Enterro dos Ossos”, no Salão Redondo.
Ao som das tradicionais marchinhas e sambas de salão, cerca de 500 pessoas se reuniam no Salão Tucanos para celebrar a vida e compartilhar momentos de alegria.
Contudo, o avanço do tempo e as mudanças sociais levaram à transformação do cenário festivo. Com a migração dos moradores para a cidade e a ascensão de novos estilos de festas, o Salão Redondo hoje permanece como uma lembrança dos gloriosos tempos que não voltam mais.
Ainda que tenha sido palco de inúmeras celebrações, desde festas até casamentos, sua estrutura agora se deteriora, afetada pelo tempo e pela infestação de cupins.
Atualmente, o espaço serve como depósito de grãos e mantimentos, e algumas reuniões do Sindicato que são realizadas na parte de alvenaria.
O capítulo final de uma história que ultrapassa os 60 anos
Com o encerramento da Sociedade de Amigos de Tucanos, responsável por muitas dessas atividades, o Salão Redondo, hoje, está sob responsabilidade do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Taquara.
O presidente do sindicato, João Carlos, destaca que uma reforma seria inviável diante do estado avançado de deterioração do salão que, há muito tempo, está desativado.
Apesar das mudanças e dos desafios, as memórias do Salão Tucanos e do saudoso “Enterro dos Ossos” permanecem vivas na mente daqueles que, um dia, se reuniram ali para celebrar a alegria e a união que o Carnaval proporcionava.
O saudoso “Enterro dos Ossos”
O “Enterro dos Ossos” é uma tradição que ocorre em algumas regiões do Brasil, como parte das festividades de Carnaval.
Durante esse evento, as pessoas simbolicamente “enterram” os ossos, representando o fim dos excessos e dos prazeres carnavalescos, e iniciando um período de recolhimento e reflexão.
Era celebrado no Salão Redondo, após os quatro dias de festa e, hoje, lembrado pelos frequentadores da época.