Foi com 13 anos e com sua primeira pesquisa realizada que o hoje professor e doutor Carlos Fernando Jung ganhou gosto pelo estudo de ciências. Desde então, o processo contínuo de aprendizagem tornou o professor Jung um dos grandes especialistas e referências em estudos na área. Em 2005, após conhecer membros da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros, aprofundou a busca pelo conhecimento e, em 2006, implantou o Observatório Heller & Jung. “As obras iniciaram em 2006, com a aquisição do terreno e começou, então, a parte de infraestrutura”, explica Jung. Até o ano de 2020, todos sistemas foram instalados e o observatório passou a operar com 100% da capacidade.
O trabalho é diário do professor. “Todos os dias, fico acordado até às cinco da manhã, só então vou dormir e às nove horas já estou acordado novamente”, conta o professor da Faccat. “Esse trabalho acontece de segunda a segunda”, acrescenta Carlos.
As câmeras instaladas no Observatório Heller & Jung têm a capacidade de registrar os fenômenos que ocorrem nos céus de todos os estados da região Sul, todo o Uruguai, parte dos territórios da Argentina e do Paraguai e, ainda, parte dos estados de São Paulo e Mato Grosso. Meteoros, raios, índices pluviométricos são alguns dos dados que os equipamentos do observatório registram diariamente.
Disseminando conhecimento
Além de observar os fenômenos celestes e seguir aprimorando seu conhecimento na área, o professor Jung também trabalha para que cada vez mais pessoas tenham a mesma paixão que a sua. Para isso, realiza palestra com crianças de escolas da região, mostrando as curiosidades do universo. “A gente cria no auditório um ambiente todo diferente, é feita uma ambientação, um conjunto completo de som e luz”, explica o professor. “Mais de 600 crianças já participaram da palestra que tem como objetivo não mostrar só os detalhes do universo, como também a importância do estudo da engenharia”, observa o professor.
As palestras são totalmente gratuitas e, em todas, Jung reforça a importância do estudo para as crianças. “Eu sigo estudando todos os dias, até para entender tudo isso e todos os dias aprendo algo novo”, cita. “A imagem em si para a população é muito interessante, chama a atenção, mas o mais importante e interessante é entender porque ocorreu aquilo e o trabalho com as crianças tem esse objetivo: despertar elas para estudar cada vez mais, para que não fiquem só contemplando a imagem”, finaliza o professor.
Registros especiais e históricos
Somente para registros de meteoros, o observatório conta com mais de 20 câmeras, que são automaticamente ligadas quando o sol se põe. “Em 2020, as câmeras registraram a queda do maior meteoro no Rio Grande do Sul. Foi em 1º de outubro na cidade de Vacaria, a mais de cem quilômetros daqui”, cita Jung. “Ele iluminou a cidade toda e, quando ingressou na atmosfera, pesava mais de nove toneladas”, explica o professor, detalhando ainda que todos os registros das câmeras são analisados e, no momento de algum registro, ele já é analisado e documentado.