Uma das profissões que fez a cidade e o vale serem referência: o sapateiro. O modo de fazer sapato mudou muito com o passar dos anos. E a cidade também. É o relato de João Haag, de 62 anos, que cultiva a tradição de ser sapateiro. Sobre a profissão ele destaca: “Mudou muito. Antigamente era tudo na taxa e depois foi entrando a cola, hoje devido aos problemas no pisar, e pode machucar um pé, se trabalha com a colagem dos materiais”, comenta João.
O sapateiro que veio para Taquara em 1993, lembra que as empresas surgiram e sumiram, mas que a vocação da região para o setor ainda permanece intacta. “Cresci fazendo sapato, meus pais trabalhavam em fábrica, junto com outros familiares. Foi logo cedo, aos 14 anos que comecei a trabalhar no ramo. Quando cheguei em Taquara tinha muitas empresas de calçado, mas aos poucos com as dificuldades do mercado muitas foram desaparecendo”, destaca.
De 93 pra cá, o sapateiro lembra que a diversificação aumentou. “Assim como eu tive que me adaptar com a mudança do calçado, as empresas tiveram que se reinventar. Aquelas que não fizeram isso acabaram sumindo”, pondera o senhor que mostra seus produtos feitos a partir do couro.
Em 1995, durante uma das baixas do setor coureiro calçadista, João Haag apostou em abrir o negócio próprio. A sua sapataria. “Trabalhava na Chaplin, uma empresa muito conhecida aqui da região e então decidi sair para ter meu próprio negócio e investir na cidade. Escolhi Taquara por ser uma cidade boa, que já conhecia”.
“A cidade cresceu muito as coisas desenvolveram numa velocidade incrível. Hoje a cidade está muito diferente daquela que era quando cheguei. Como todos os lugares apresenta seus prós e seus contras. A partir de agora a tendência é que a cidade cresça pra cima, com mais prédios e edifícios”, comenta Haag.
Para finalizar, o conhecido sapateiro avisa que nos próximos meses estará deixando a cidade.
SAPATEIRO APAIXONADO POR TAQUARA
“Gosto muito de Taquara foi a cidade que escolhi para abrir meu próprio negócio e foi a cidade que me acolheu. Levei ótimos anos de minha vida aqui. Nos próximos anos estarei saindo da cidade e certamente ficará aquela saudade. Dos amigos, dos clientes de tudo o que criei aqui esse laço que se cria, é incrível e isso é preciso destacar a hospitalidade dessa gente. Um povo muito trabalhador que sempre recebe muito bem as pessoas, de qualquer lugar que elas tenham vindo”, finaliza o sapateiro.
Texto: Ariel Lima
Fotos: Divulgação