Taquara possui uma extensa área de terras e seu território é rodeado por dois rios, o Paranhana e dos Sinos. Por estar entre eles, a cidade e seus moradores acabaram sendo, por diversas vezes, vítimas de alagamentos que fizeram história na cidade.
“A de 78 foi apenas no centro e durou poucas horas, não houve desabrigados, mas muitos estragos nos prédios residenciais e comerciais, marcou história, porque aquela região ficou embaixo d’água e morreu um homem, que caiu num bueiro”. João Alberto Muller, jornalista e ex-morador de Taquara.
Os registros, de épocas diferentes, marcam a devastação que os alagamentos causaram no município, problema que perdura até hoje. A primeira e mais lembrada é a de 1978, que foi grande o suficiente para instaurar um clima de calamidade pública na cidade. Na época, o prefeito Tito Livio Jaeger fez o pedido de alerta. A de 1938, não prejudicou só Taquara, mas todos os municípios vizinhos, pois constam registros de uma destruição dos trilhos do trem que passava por Taquara, deixando Parobé, Igrejinha e Três Coroas sem o meio de transporte, pois a chuva foi tão grande que demoraram dias para o caminho ser reconstruído.
Há registro de enchentes que marcaram história na cidade, também, nos anos de 1960, 1967, 1983, 2001 e 2002.
“Graças à polícia que me atacou, eu me salvei”
Em 1965 outra grande enxurrada assustou a cidade, dessa vez, no interior de Taquara. De acordo com Flávio Wischmann, de 79 anos e integrante de uma das famílias mais tradicionais da cidade, ele só não morreu nesta enchente graças a um aviso da polícia rodoviária. “Quando eu estava indo em direção ao local mais atingido pela água, eles me atacaram e me alertaram que era perigoso e que não era para passar de carro para o outro lado, pois o asfalto poderia ceder”, relembra.
De acordo com o Sr. Wischmann, foram necessários 400 caçambas de terra para poder reconstruir o local atingido. Ainda conforme Wischmann, só na casa do seu pai, entrou 50 cm de água. “Desde o IACS até o Mundo Novo formou uma espécie de taipa, então para o lado de cima, o volume de água era maior do que para o lado de baixo, quando rompeu o aterro, aí ali na parte de baixo, foi uma desgraça, porque aí veio tudo, né? Imagina aquela água até lá no Entrepelado represada”, comenta.
Texto: Lilian Moraes
Fotos: Grupo Amigos de Taquara no Facebook