Repercussão Paranhana – Parobé foi um dos primeiros municípios a permitir a retomada do comércio e indústrias. Como foi essa saída gradual da quarentena?
Diego Picucha – É um momento muito difícil que passamos nesse momento e por essa questão ser de exceção. É tudo muito novo para todo mundo e não temos uma exatidão nem uma precisão à respeito das coisas. Essa questão da pandemia e dos comércios, foi uma decisão muito pensada. Não foi uma decisão irresponsável, muito pelo contrário. Sempre fizemos uma avaliação em dois paralelos. Cuidado na questão da saúde e da economia e do emprego. O emprego e a economia vêm a ser saúde. Primeiro, cuidando dos pressupostos básicos, não liberamos os comércios contrariando o decreto do governador, pura e simplesmente, por uma arbitrariedade, mas sim, tendo em vista todos os cuidados em todos os comércios. Contamos com fiscalização e orientação. A fiscalização no sentido de orientar os comerciantes se todos eles estão colaborando. É obrigatório, em todos os comércios, o uso de tapetes higiênicos, o uso de álcool em gel, o uso de máscaras em todos os prestadores de serviço e decidimos permitir trabalhar de uma maneira respeitosa e observando essa questão econômica também. De nada me adiantava estar só com as indústrias trabalhando. Já havíamos liberado uma semana antes, e existia essa possibilidade no decreto do governador, de abrir as indústrias. Era um contrassenso estar só com as indústrias abertas, e trabalhando com os atelieres. Fui pessoalmente visitar indústrias, lojas de calçados e vestuário e percebi que todo o comércio estava fechado. Então, a indústria e o comércio em si é um ciclo, é uma engrenagem. No momento em que tu corta um setor ou segmento, toda a economia para. Por isso, observamos as questões sanitárias e liberamos para trabalhar de uma maneira sustentável, com uso de máscara, e isso está mostrando que a comunidade de Parobé está se unindo e está superando. E hoje, graças a Deus, não temos nenhum caso de coronavírus.
Repercussão Paranhana – Qual será o papel do Hospital São Francisco de Assis no enfrentamento do coronavírus?
Diego Picucha – Contamos com uma estrutura o forte. O município comprou essa parceria de prestação de serviço, onde as pessoas chegam na porta do hospital, se a pessoa tem algum sintoma gripal, ela é encaminhada para um setor, totalmente isolado do restante do Hospital. Chegou na porta, tem alguma patologia ligada à doença respiratória, ou sintoma gripal, vai em um caminho. Outras patologias, por outro caminho. Essas pessoas, terão acesso à equipe médica e com técnico de enfermagem, enfermeiro e médico toda separada. Então, o município, através do hospital, faz todo esse trabalho. Se tem algum sintoma gripal, se orienta o isolamento, a pessoa vai para casa, uma equipe da secretaria de saúde faz o acompanhamento e o monitoramento, e a cada 48 horas, é feito o contato. Hoje, temos 111 pessoas sendo monitoradas, pessoas que possuem algum sintoma, estão em casa, sendo monitoradas, temos uma pessoa hospitalizada, e aguardando o exame. Tivemos diversos exames e graças a Deus, todos negativos.
Repercussão Paranhana – Como o senhor encontrou as finanças do município?
Diego Picucha – Nós não estamos e não vamos dar desculpa para a situação do governo, para as medidas e frutos da nossa administração. Tínhamos o entendimento que a cidade estava sucateada e o mau uso do dinheiro público era nítido. Mostrando isso, a comunidade foi nas urnas e mudou a administração. Então, hoje, estamos aqui para achar soluções. Mas, não vamos ficar chorando e reclamando e fazendo terra arrasada. Mas a comunidade tem que saber o que foi feito com o seu dinheiro. E temos coisas muito graves. Possuímos problemas lá que não se imaginava e temos que ter cuidado até nas palavras no momento em que concedemos entrevistas publicamente. Vou me reservar e vou fazer uma entrevista coletiva para estar passando em linhas gerais essa auditoria. Não conseguimos passar em uma entrevista coletiva todos os aspectos. Vamos passar os principais problemas, não vamos nos vitimizar e nem reclamar. Mas, queremos que a comunidade de Parobé saiba o que foi feito nos últimos anos com o seu dinheiro. Dentro de poucos dias vamos dar uma coletiva e vamos apresentar os números para os nossos contribuintes e cidadãos. Os problemas maiores que encontramos são na saúde. Houve muita falta de respeito com o dinheiro público. E vamos estar passando para toda a comunidade.