O trabalho conjunto de entidades faz com que o município seja cada vez mais uma referência na área da piscicultura na região e até mesmo no Estado. Uma prova disso, o fato da cidade ter recebido, na sexta-feira (27/9), o 5º Dia Estadual do Peixe. Entretanto, não somente a realização do evento no Salão Cristo Rei, com presença de piscicultores e lideranças do segmento, credencia Rolante para tanto.
O esforço e a perseverança de criadores como Renato Valdir Kohlrausch, a assistência técnica da equipe da Emater/Ascar, as políticas públicas do Poder Público Municipal chanceladas pelo Conselho Municipal de Agricultura, o apoio do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Rolante e Riozinho, assim como o associativismo da Associação dos Piscicultores de Rolante, são determinantes para esse sucesso.
Mesmo com os avanços desse segmento em solo gaúcho, ou melhor, em águas de tanques e açudes, um choque de realidade foi apresentado com a participação do presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros. Ele ressaltou a necessidade de melhoria da competitividade do setor, das perspectivas e importância das políticas públicas que incentivem investidores e da necessidade união e organização dos produtores.
Realidade em Rolante
Se por um lado existe união e organização por parte de piscicultores, segundo diagnóstico de Medeiros, o Rio Grande do Sul ainda fica atrás de outros Estados quando o assunto é desburocratização e melhorias para a competitivida no setor. Em Rolante, são produzidos anualmente 170 toneladas de tilápias e outras cem toneladas de carpas, comercializadas na Semana Santa e para comércios da região, fora deste período.
Kohlrausch também possui seu lado empreendedor ao estruturar o único frigorífico com Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf) no Estado, o que permite o processamento de toda sua produção de peixes e de piscicultores parceiros. Graças a isso, hoje é possível adquirir pescados no mercado da cidade e também apreciar pratos como o filé de tilápia, os bolinhos de peixe e até mesmo pasteizinhos. Todos esses produtos apreciados pelos participantes do evento na última semana em Rolante.
A Associação dos Piscicultores em atividade desde 2000 possui hoje 15 participantes. Entretanto, mais de 90 produtores criam peixes e, ao todo, Rolante possui mais de 30 hectares de lâmina de água com criação de peixes.
Opiniões de especialistas
Francisco Medeiros, presidente da Peixe BR.
“Trabalhávamos para que o filé de tilápia tivesse o mesmo preço de coxão mole. Isso já é uma realidade. Em algumas praças do Brasil, as costas do peixe custam de R$12 a R$16, o quilo, no atacarejo.
Renato Valdir Kohlrausch, piscicultor de Rolante.
“Deixei o ramo da indústria para me dedicar a piscicultura. Hoje conseguimos movimentar em torno de 90 toneladas de peixe ao ano. Em alguns tanques geramos os nossos próprios alevinos. E depois que estão adultos eles são abatidos em nosso frigorífico”.