Exemplos de sucesso através da prática de algum esporte são constantemente noticiados no Paranhana. Seja por meio da corrida, do futebol feminino ou do tiro com arco, a região de abrangência do Repercussão Paranhana possui inúmeros talentos e a tendência é de que surjam ainda mais no decorrer dos anos. Em Parobé, há sete anos um esporte inusitado vem fazendo a diferença na vida dos alunos da escola municipal de ensino fundamental Maltus Krummenauer. O xadrez, conhecido mundialmente por sua capacidade de inclusão, pois não limita ninguém a participar, faz da escola parobeense uma referência na prática do esporte na região e, sobretudo, de respeito as diferenças de cada aluno.
De acordo com Gilmar Pivotto, diretor do educandário, o projeto de xadrez na escola iniciou em 2012 quando o professor Paulo Avandir de Souza passou a lecionar na EMEF. “Parobé pegou a ideia do Paulo, que era dentro da escola e transformou em uma iniciativa municipal. Atualmente, os alunos das escolas de todo o município têm um período para desenvolver o xadrez na hora de atividade”, contou.
DIRETOR VALORIZA IDEIA
Pivotto também comentou sobre a importância do professor Paulo para o desenvolvimento do projeto e sobre o poder de socialização do xadrez. “Chegou um momento que o Paulo não pertencia mais a escola, ele pertencia de alguma forma para Parobé. Na época a cidade considerou que era um projeto interessante, para incentivar as crianças, para resgatar a questão do aprender, da fixação, da memorização, disciplina e entre outros.Aí o que Parobé fez? Pegou a hora de atividade, que é um período por semana e adaptou o projeto em todas as escolas do município devido a comprovação das melhorias dos alunos através do xadrez”, explicou.
O que falam os alunos
Maiara Machado do Amaral, 12 anos.
“O professor Paulo me ensinou a jogar e muitas vezes eu chorava para pedir para ir nos campeonatos, aí um dia meu pai veio aqui, conversou com o professor e ele decidiu ter confiança nessa escola de deixar eu ir nos campeonatos e aí eu estou até hoje aqui, faz seis anos que eu jogo xadrez”.
Murilo Soeiro Estulano, 11 anos.
“Moro aqui no bairro e jogo faz tempo, eu acho interessante por que quando eu jogava em casa era meio que um passatempo, no começo eu não sabia jogar, eu pedia para a minha tia me ensinar. ”
Maria Eduarda Cressoldi , 13 anos.
“Eu estudava no Romilda, aí meu pai casou com a mãe da minha irmã e logo eu conheci essa escola. Aí eu conheci o professor Paulo e ele me trouxe para cá por causa do xadrez. Depois que comecei a estudar aqui eu, jogo mais frequentemente e acho muito bom. Faz uns dois anos que jogo.”
Idealizador do projeto fala
- Há sete anos lecionando na escola, Paulo comentou que o esporte, na escola, transcende o tabuleiro. “Nós somos uma família, todo mundo nos conhece pela família Maltus do xadrez. Eu vejo que muita gente vem aqui para escola não somente pelo fato de jogar xadrez, mas por poder representar a instituição Maltus”, pontuou. Além disso, o professor também falou sobre o impacto do esporte na vida dos alunos da escola desde o início do projeto. “A nossa vida é um tabuleiro de xadrez, se tu começar mal o dia, vai o resto do dia mal, tu vai ter que lutar para modificar ele e no xadrez é assim, se tu sair perdendo peça, tu vai ter que suar para correr atrás do prejuízo. Assim é a vida, é o que eu digo para eles. O xadrez para nós aqui na escola, é um resgate. Há alguns anos atrás todo ano nascia uma criança de uma aluna aqui, hoje em dia não é mais assim, por que a gente ocupa a cabeça deles com o xadrez”, finalizou.