Taquara – A Associação Taquarense dos Amigos Ciclistas (ATAC) completa 20 anos em 2021 e acumula em sua trajetória diversas participações significativas para o desenvolvimento do esporte na cidade. Além do incentivo ao uso do transporte não motorizado, a entidade tem sido ativa na luta por pautas relacionadas à mobilidade urbana.
Tudo começou quando Guilherme Wilhelms levou a ideia a um grupo de amigos que gostavam de pedalar. “Todos gostavam de fazer passeios e participar de competições. Em função disso decidimos criar uma associação voltada para isso e para a questão do cicloturismo. Reunimos cerca de 15 pessoas”, conta. Dois anos após a criação, foi a vez dos eventos ganharem atenção da entidade. Havia a semana da bicicleta, com diversos passeios, palestras e competições; até mesmo uma escolinha de cicloturismo foi instalada, no Polivalente, para incentivar a criançada. “Criamos também alguns roteiros de cicloturismo aqui na cidade e trouxemos pessoas importantes do esporte, como atletas olímpicos, para dar palestras”, relembra Guilherme.
A história de incentivo ao uso das bikes se mistura com premiações alcançadas por membros da associação. Equipes de Cross-Country da modalidade olímpica mountain bike ligadas à ATAC já conquistaram bicampeonato em competições. Atualmente a maior equipe é de Downhill, com cerca de 20 atletas, com quatro títulos conquistados em competições de grupo e outros campeonatos disputados individualmente. “Hoje a ATAC ainda se preocupa com competições, mas está mais voltada para a questão da mobilidade, de ciclovias e regras de trânsito. Nossa preocupação é com as pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte”, pontua o integrante.
A mudança no foco de atuação aconteceu, conforme Guilherme, pelo fato de mais pessoas estarem usando as bicicletas seja para o dia a dia ou para prática de esporte. Isso ocorre em um contexto em que falta planejamento aos municípios e espaço adequado para os ciclistas.
Estão faltando ciclovias
O representante da associação é enfático ao afirmar que é preciso melhorar as condições de mobilidade das pessoas não só na cidade, mas no interior também. “A região é propícia para o uso de bicicletas por ser mais plana, principalmente Taquara. A gente vê que o número de pessoas utilizando bike cresceu num número absurdo, principalmente nessa pandemia. Foi aí que começamos a ver na prática que está tudo errado e que existe muito pouco dessa questão de mobilidade urbana voltada para bicicleta. O espaço para o ciclista praticamente não existe aqui”, observa.
Atualmente a ATAC move um processo contra a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) pela falta de ciclovia nas obras de duplicação que foram entregues em 2019 em um trecho da ERS-239, a partir do entroncamento com a ERS-020. “Essa questão foi a que a gente viu de mais errado até agora”, afirma. Guilherme também pontua que a ciclovia de Taquara está em péssimo estado e com falta de sinalização.
Apesar das demandas que ainda não foram atendidas pelo poder público, o integrante comemora bons resultados pela criação da associação. “Das pessoas que estavam envolvidas na criação, até hoje todos ainda pedalam. Fora isso tem os ciclistas que fomos influenciando e que seguem praticando. Acho que conseguimos colher alguma coisa por todas as pequenas ações que fizemos na cidade.”