Os ambientes escolares não são mais os mesmos. Há quase um ano, por conta da pandemia, professores e alunos estão impedidos de conviver presencialmente as rotinas de suas escolas. Contudo, apesar das dificuldades impostas pelo momento, ainda está liberado ter esperança. E foi através de um texto escrito pela aluna Evelyn Garcia, de 14 anos, estudante da Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Francisca da Silva, de Parobé, que a professora Katia Daiane, pôde confirmar isto. “(…) Receber as mensagens de nossos alunos, como a que recebi com o texto da Evelyn, mantém a esperança em dias melhores”, afirma a professora. Que reforça ainda, que do seu jeito simples a aluna lembra “que por mais que sejam dias difíceis é preciso valorizar a família, as pequenas felicidades do dia a dia e empatia nos gestos e palavras.
Que as ‘Evelyns’ se multipliquem por aí, espalhando amor e esperança”, relata Katia.
Situação inimaginável
Questionada se um dia imaginou passar por um momento como este, a professora ressalta que têm sido um momento muito difícil para todos e que o educandário precisou se reinventar. “Os desafios são constantes. A escola tem sido muito pressionada, embora nem escola, nem comunidade, tenham escolhido passar por isso. Nunca imaginamos enfrentar uma situação dessas”, conta Katia.
De personalidade
Evelyn é natural de Porto Alegre e morou até os 3 anos em Butiá. Perdeu a mãe aos 10 e dois anos depois teve de enfrentar outra perda, a da vó. Hoje mora com avô e tias maternas. Apesar dos percalços, ela se descreve como uma menina de personalidade forte, o que o faz não desistir fácil dos objetivos. “O primeiro deles é concluir o ensino fundamental, logo o ensino médio e futuramente a minha faculdade”, conta. A estudante também relata como têm sido a sua relação com os professores. “Posso dizer que tem sido ótima, do mesmo jeito que era antes. Sempre que tenho alguma dúvida em relação a atividade proposta, procuro eles e peço ajuda. Também, de vez em quando, mando alguma mensagem de carinho e apoio, porque compreendo que para eles também está sendo complicado tudo isso (…)”, pontua
Texto escrito pela aluna foi compartilhado
- Definido como um texto “carregado de esperança” pela professora, as linhas escritas por Evelyn foram compartilhadas com a reportagem do Grupo Repercussão e refletem a pureza de quem aos 14 anos tem a sensibilidade de acreditar que esse momento vai passar, só é “preciso ter paciência”. Confira o texto escrito pela aluna do 9º ano do ensino fundamental: “Desde que a pandemia chegou no mundo todo, tudo parou e os hábitos mudaram. Fomos obrigados a largar escola, empregos e a ‘vida social’.
A saudade do mundo anterior apertou, estamos trilhando um caminho tão difícil que chegamos a estar desgastados e cansados, mas precisamos ter paciência para tudo isso melhorar e podermos reencontrar os amigos e familiares novamente.
Esperamos tanto tempo pela tão sonhada vacina e ela chegou. No momento atual, está sendo a chance de vida para o mundo.
Nesse período novo e difícil que estamos enfrentado, as coisas mais simples do dia-a-dia é o que nos trazem felicidade. Ficar mais tempo curtindo a família e aprender coisas novas está sendo bom.
Eu acredito que estamos nos tornando seres humanos melhores, embora para alguns ainda falte mais empatia, amor no coração e paz na mente.”