Região – A empresa Rdois Injetados, sediada em Taquara e com filial em Igrejinha, no Vale do Paranhana, que presta serviços para renomadas empresas calçadistas da região, nos últimos dias, demitiu em massa, gerando preocupação entre os funcionários afetados.
De acordo com o representante do Sindicato dos Sapateiros de Taquara, a Rdois Injetados enfrenta um período complicado, refletindo nas demissões em Taquara, onde 90 funcionários perderam seus empregos, e em Igrejinha, com mais 40 dispensados. A filial de Igrejinha, está reduzindo sua produção, e uma reunião marcada para sexta-feira, dia 22, visa discutir os detalhes das rescisões. O representante do sindicato adianta que a previsão é que o pagamento dos ex-funcionários demitidos será dividido em dez vezes, mas o fundo de garantia e o seguro desemprego será liberado nesta sexta-feira (22).
A situação se agrava com atrasos salariais e pendências financeiras para os ex-funcionários. Um ex-colaborador, que preferiu não se identificar, relata que a empresa solicitou que aguardassem até sexta-feira para o pagamento, incluindo vales e a segunda parcela do décimo salário, que já está em atraso. Os funcionários demitidos anteriormente também enfrentam atrasos em seus pagamentos e rescisões, sendo impedidos de obter informações pela presença de um guarda no portão da empresa, que exibe uma placa anunciando “estamos contratando”.
“Estou na rua desde o mês passado, e até hoje não recebi. Fui duas vezes lá, prometeram me pagar, mas hoje, ao chegar, colocaram um guarda e se recusaram a me deixar entrar. Colocaram uma enorme placa de ‘estamos contratando’. Não sou só eu; há outras pessoas na mesma situação, e mais 90 foram demitidas ontem”, relata Jordana Beatriz, revisora de qualidade na empresa há 1 ano e 4 meses.
A reportagem tentou contato via telefone e rede social com a Rdois Injetados. Por telefone, ninguém atendeu às chamadas, assim como as mensagens em rede social não foram respondidas até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto para contraponto da empresa.
O QUE DIZ A EMPRESA
Um dos diretores da empresa contatou o Grupo Repercussão e deu a seguinte explicação: “Tivemos que nos readequar ao mercado, inclusive a faixa que dizia que estamos contratando, eu mandei retirar hoje de manhã. Até segunda de manhã nós queríamos ainda contratar mais para atender clientes, mas tivemos que nos readequar a realidade que enfrentamos aqui, tanto de mercado, quanto de mão de obra. Tivemos muitas pessoas faltando e tivemos que nos readequar. Sobre os acertos, nenhum funcionário vai perder nada, nós só não temos caixa para pagar as rescisões no ato. Ontem a tarde eu fiz uma reunião com o Sindicato de Igrejinha, assessoria jurídica e sindicato, eles foram bastante acessíveis. Queremos negociar os parcelamentos dessas rescisões, tanto na unidade de Igrejinha quanto em Taquara. Em Taquara, tínhamos 287 funcionários, com a redução nós vamos salvar 201, Igrejinha tínhamos 199, menos 38, salva 162 que ficam. Com isso a empresa está calculando para conseguir se manter e voltar a ser lucrativa. A proposta de pagamento possível é quitar em 10 vezes, com aviso prévio indenizado mas com parcelamento porque não temos caixa para pagar tudo. Hoje estamos pagando a segunda parcela do décimo pagamento e o adiantamento a princípio vai ser pago tudo em dia, porque nós tivemos atraso na primeira parcela do décimo, o pagamento de dezembro atrasou quase uma semana. Nós não teríamos condições de pagar todo mundo agora, então tivemos que fazer essa redução logo. A unidade de Igrejinha e de Taquara não devem ser fechadas, apenas haverá redução de funcionário. O foco agora é trabalhar com produtos que dão margem para lucro maior”, disse um dos diretores da empresa