POR JAURI BELMONTE
IGREJINHA – O templo da Igreja Gabriel, como é carinhosamente conhecida a Paróquia Evangélica de Igrejinha, conta a história da cidade. Situada na rua Independência, no coração da cidade, ela é um patrimônio não apenas arquitetônico do município, como também cultural e religioso.
Começou a ser construída em 1860, praticamente 15 anos após a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Paranhana. Nesta época, Igrejinha, assim como as outras cidades da região, eram pertencentes a Taquara; quem chegava a essa região buscava um lugar de pregação e celebração religiosa. Ao ser concluída, a edificação de madeira foi inaugurada em 1862 pelo Pastor Friedrich Wilhelm Fürchtegott Boeber, sendo até 1874 a única igreja existente no então solo taquarense.
Em 1885, a primeira construção foi desmanchada, a madeira foi vendida e no ano seguinte a atual começou a ser construída. O templo contou com reformas ao longo do tempo. Além disso, ela ajudou a dar nome à cidade. Segundo relatos, os tropeiros e comerciantes que se deslocavam da região de São Francisco de Paula para Taquara tinham a pequena igreja, às margens do Rio Paranhana.
POR QUE IGREJA GABRIEL?
A região foi chamada carinhosamente de “igrejinha” pelos tropeiros, o que culminou no nome da cidade. De acordo com o doutorando em História da Igreja e pastor Daniel Ricardo da Costa, o nome Gabriel é por conta da primeira criança que foi batizada no templo. O primeiro pastor da Igreja Gabriel foi um alfaiate, chamado Christoph Schäfer, que veio da Alemanha.
Outro fato curioso é que mesmo a Igreja sendo finalizada em 1862, na sua torre consta o ano de 1900. “Ele assumiu o pastorado e a escola que havia aqui. Além disso, naquela época, até 1899, a Constituição do Império proibia que qualquer templo religioso, não católico, de ter torre e sino”, explica Daniel, que é pastor há quase 20 anos, estando há quatro anos e meio em Igrejinha.