Acidentes com mortes na RS-239 reduzem 70% e multas com radar aumentam 248%

Parentes de vítimas de acidentes prestam homenagens (Foto: Melissa Costa)

Região – Os acidentes com vítimas fatais tiveram redução de 70% no trecho da RS-239 de Campo Bom a Rolante. O trajeto compreende a área de atuação do Grupo Repercussão nos vales do Sinos e Paranhana. Se incluso Novo Hamburgo, que também compreende a atuação do pelotão de Sapiranga, são 60% de queda.

Nos quatro primeiros meses de 2021, de janeiro a abril, foram 10 óbitos decorrentes de acidentes – Araricá (duas mortes), Sapiranga (duas), Taquara (três), Parobé (duas) e Rolante (uma). No mesmo período deste ano, foram contabilizadas três mortes – Campo Bom, Parobé e Taquara (cada cidade com um registro de vítima fatal).

A redução dos acidentes trágicos é atribuída à força-tarefa de fiscalizações e ações educativas realizadas pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar, com sede em Sapiranga. O trabalho também contou com apoio de outros órgãos de segurança (Bombeiros e Guarda) e Prefeituras dos municípios de abrangência.

Em contrapartida da queda de óbitos, houve aumento surpreendente de autuações pelo radar móvel, utilizado em diferentes horários do dia e na madrugada. Em 2021, de janeiro e abril, foram 9.429 autuações, contra 23.469 no mesmo período de 2022, equivalente a um aumento de 248%. Em abordagens presenciais e demais fiscalizações, foram 2.903 em 2021 e outras 3.217 em 2022.

 

PRINCIPAIS CAUSAS: EXCESSO DE VELOCIDADE E EMBRIAGUEZ

O major Leandro Arbogast da Cunha, comandante do 3º Batalhão Rodoviário, ao lado do tenente Álvaro Junior Ortiz Borba e do sargento Werle, visitou o Grupo Repercussão para divulgar as novas estatísticas da rodovia. “Como a imprensa acompanhou, no ano passado tivemos muitos acidentes fatais, de grande repercussão no Estado. Foram diversos, mas nada diferente do que tinha acontecido no anterior, em 2020. Por ações integradas, do Executivo Estadual, Municipal, sociedade organizada, imprensa e empresários foram feitas diversas atividades, baseadas em evidências”, disse o major. Dos índices apontados, aparecem como principais causas dos acidentes o excesso de velocidade e embriaguez ao volante. “Disparado, a imprudência do condutor ou do usuário da rodovia tem sido o principal causador”, completou.

 

Maioria evitáves

O major Arbogast cita, ainda, que a maioria dos acidentes na Rs-239 são evitáveis. “É feito um estudo de cada acidente. Ele não ocorre por um único fator. A imprudência é um deles. Temos também a travessia arriscada de pedestres. Ele se coloca em situação de risco, não é incomum termos de recolher corpos embaixo de passarelas”, apontou o major, justificando, assim, porque, em algumas cidades, redutores de velocidade são instalados próximos de passarelas. “A comunidade nos questiona, mas esse é um dos motivos da fiscalização nestes pontos”.

Educação no trânsito em oficinas

O major cita que além das ações de repressão e fiscalização, que ocorreu na rodovia e em casas noturnas às margens dela, o comando rodoviário também focou em ações de educação no trânsito. “Realizamos escolinhas com o apoio do Poder Público dos municípios em locais estratégicos e lindeiros à rodovia. Esperávamos uma redução com as ações, uma vez que o planejamento foi baseado em evidências, mas não esperávamos resultado tão rápido e com tanta consistência”, revelou o oficial.

“Surtiu efeito surpresa”

O tenente Ortiz ressalta que a presença dos policiais “surtiu o efeito surpresa, tendo em vista que não era cultural tamanha quantidade de viaturas e atuação mais presente. As ações foram bem recebidas pelas autoridades e a população logo viu os resultados. Pessoas reclamam do radar, mas é necessário. É dessa forma que o usuário e o motorista acabam respeitando os limites de velocidade na via”, finalizou.

Case de sucesso

A atuação de fiscalização utilizada na RS-239 deve se repetir na rodovia 040. “Estamos enfrentando o mesmo problema. Como aqui deu certo, é um case de sucesso, devemos usar isso lá também”, revelou o major.