Sistema de atendimento na saúde de Igrejinha facilita acesso nas consultas e agiliza atendimentos

Igrejinha – Desde 2017, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade têm trabalhado a partir de uma nova organização, proposta pela prefeitura e pela Secretaria de Saúde. O novo formato acabou com a antiga regra das fichas, em que os pacientes precisavam ficar em filas na madrugada, esperando para conseguir agendar seu atendimento.

A secretária de Saúde do município, Simone do Amaral, explica que foi instituído um acolhimento de 100% dos usuários que chegam aos postos. “Primeiramente, o paciente é atendido por alguém da equipe de saúde da família, que é geralmente alguém da área da enfermagem”, comenta. Nesta consulta prévia, há uma classificação da situação de quem procurou o serviço. Se o caso for urgente, o atendimento pode ser imediato, ou pode ser feito um encaminhamento direto para algum hospital da região ou da cidade. Nos casos em que a situação não requer urgência, a consulta será adiada para outro momento, de acordo com a disponibilidade das agendas médicas da UBS. A marcação de consultas ainda pode ser realizada por telefone ou de maneira presencial, em qualquer dia da semana, para quem não está em situação grave e pode esperar para receber o atendimento.

O novo sistema de trabalho tem benefícios comprovados

A secretária relata que o índice de internação hospitalar motivado por causas relativas à atenção básica tiveram uma queda significativa. O Código Internacional de Doenças (CID) prevê que uma série de enfermidades podem ser tratadas já na primeira consulta. As complicações mais comuns, como hipertensão e diabetes, podem ser atendidas no processo de triagem realizado pelos técnicos da unidade. Conforme explica Simone, este número foi reduzido porque a nova lógica de funcionamento das UBSs obedece a regra de equidade, e tratar os casos graves de forma imediata previne maiores complicações para a saúde do paciente a longo prazo.

Primeiro atendimento resolve 80% dos casos

Simone destaca que este primeiro atendimento traz solução para para 80% dos casos que chegam aos postos. “A cada dez pessoas que procuram as UBSs, oito podem ter seus problemas resolvidos já na triagem, sem a necessidade de retorno à unidade”, ressalta. Este processo, denominado de Gerenciamento de Demanda, foi implantado de maneira gradativa nas unidades de saúde da cidade, tendo iniciado na UBS do centro, que abriga a Secretaria de Saúde.

Desde que o Gerenciamento de Demanda entrou em vigor, poucos profissionais foram contratados para somar aos grupos de saúde das UBSs do município, mesmo que novas funções tenham sido atribuídas a estes integrantes. A secretária explica que o projeto priorizou modificações no processo de trabalho, e não a contratação de mais auxiliares. “Houve incremento de recursos humanos nas unidades maiores, para ajudar na demanda. O que buscamos primordialmente foi a capacitação de todos os profissionais, desde a recepção até o atendimento”, justifica. Parcerias importantes com entidades como a Faccat foram formadas no período para promover esta qualificação de pessoal. “Este é um projeto amplo, que envolve modificação e divisão que afeta todos os membros das equipes”, completa. A secretária destaca como um diferencial a adesão dos profissionais à nova lógica de atendimento, que trata com mais atenção o paciente. “As equipes de saúde compreenderam e compraram a ideia. Isso foi muito importante para todo o processo”, conclui Simone.