Garantir o acompanhamento de pacientes que testaram positivo para a Covid-19 tem sido uma constante Brasil afora. Principalmente porque em inúmeros casos os pacientes acabam ficando com sequelas oriundas da doença e por estarem curados, acabam não dando a devida importância para pequenos sinais que ficam após o período de infecção.
Pensando nisso, essa semana a Secretaria de Saúde de Igrejinha deu inicío a um importante serviço de saúde: o atendimento pós-covid, que terá à disposição profissionais das especialidades de pneumologia, cardiologia, neurologia, vascular, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia e educador físico, além dos clínicos e a equipe de enfermagem, que fará o acolhimento na unidade de saúde do Centro, para onde serão encaminhados os pacientes.
Existe preocupação
Vinicio Wallauer, secretário de Saúde de Igrejinha, pontua que o município está atento e preocupado com o avanço da doença “mas não podemos deixar desprotegidos aqueles que passaram por elas, mas trouxeram consigo marcas físicas ou emocionais. Por isso, assumimos esse compromisso ofertando esse serviço através de uma equipe multidisciplinar, altamente qualificada”, ressalta Wallauer.
Diretor técnico com a palavra
Helder Santos, diretor técnico da Saúde de Igrejinha, fala sobre o serviço e detalha como vai acontecer o atendimento. “Nós queremos tentar ser um pouquinho mais amplo dentro do possível, do que a gente consegue, porque ainda não existe um financiamento ou liberação do Estado ou do Governo para que isso seja implementado”, contextualiza. “A nossa ideia é que todos os pacientes que recebam atendimento na unidade de triagem aqui de Igrejinha ou os pacientes que saiam de uma internação hospitalar, seja de qualquer instituição, mas que sejam moradores de Igrejinha, que eles recebam acompanhamento após sua melhora do quadro”, finaliza Santos.
Principais sintomas apresentados
Com relação aos casos atendidos, o secretário de Saúde descreve que são situações diversas e detalha os sintomas mais frequentes no município. “Nós notamos que estamos com muitos casos, principalmente de uns 45/60 dias para cá, de infecção, doenças ou de agravamento, depois do período da Covid-19. São situações em que as pessoas passam pelo acompanhamento da unidade de triagem ou recebem alta hospitalar e aí, após uma semana, dez dias depois, esses pacientes começavam a apresentar um quadro que era decorrente dos sintomas sentidos no início do período de infecção”, contextualiza.
Outro ponto destacado pelo responsável pela pasta são as sequelas físicas. “Nós estamos lidando com uma questão muito pesada, que é a psicológica. Temos casos de pessoas que eram completamente saudáveis, que perderam função motora, mobilidade por conta da doença. Sem contar as perdas. Temos exemplos que aconteceram mais de uma em uma mesma família, então são sequelas emocionais também”, conclui.