Saúde de Igrejinha trabalha para aumentar carga horária de pediatria

Atualmente, quadro de profissionais soma 100 horas semanais na especialidade Foto: Divulgação

Há pelo menos dois anos, o município de Igrejinha encontra dificuldades para contratar pediatras para compor o número ideal de profissionais na cidade.

Para tentar reverter a situação, mesmo tendo concluído um processo de contratação recentemente, a prefeitura abriu um novo, com o objetivo de incluir mais dois médicos de 20 horas no quadro e, assim, poder chegar às 140 horas, o que é descrito como o suficiente pelo secretário de Saúde de Igrejinha, Vinicio Wallauer.
“Para a rede de atenção primária das nossas unidades de saúde, serial o ideal. Para podermos ter um atendimento mais homogêneo e poder prestar um acolhimento mais satisfatório para a comunidade”, cita o responsável pela pasta.

Segundo Wallauer, o município conta com quatro pediatras atualmente, com o acréscimo de mais um em breve. Todos de 20 horas. “Nós temos atendimento em todas as unidades, porém, como não são horas suficientes, nós fazemos uma divisão. Às vezes tem uma unidade que tem mais demanda e teríamos que ter mais horas. Por isso que, por vezes, não conseguimos ajustar de acordo com as necessidades”, explica o secretário.

Em busca

Os processos de contratações são constantemente abertos pelo município, mas nem sempre profissionais se habilitam para a vaga. Para 2024, segundo Vinicio, se o município contratar os dois médicos que faltam para atingir o número ideal, o total atendimento à saúde dos pequenos estará garantido. “Se conseguirmos contratar mais estes dois pediatras agora, com esse novo processo seletivo que estamos abrindo, nós devemos ter um volume de horas de consulta compatível com a nossa necessidade”, finaliza.

Principais fatores que explicam a dificuldade

A professora do curso de medicina da Feevale, Maria de Lourdes Jager, opina sobre os principais aspectos que explicam o cenário. “Falta de profissionais na área de pediatria voltados para pediatria geral, ou seja, há um expressivo número de pediatras gerais buscando subespecialização e, consequentemente, desenvolver suas atividades na sua área de atuação; e o segundo fator é o perfil da especialidade, que exige muita dedicação, paciência e vocação do médico – em contrapartida a uma remuneração de mercado que não sustenta toda a dedicação exigida. Por muito tempo, o pediatra foi remunerado como clínico geral, não sendo considerado um especialista. Esse segundo fator é decisivo na baixa procura pela especialização em pediatria geral”, cita.