Sapiranga e Parobé realizam captações de órgãos em seus respectivos hospitais

Foto: Matheus de Oliveira

Um tema de extrema importância e necessário, vêm sendo destaque nos hospitais de Sapiranga e Parobé.

 

A captação de órgãos, pouco falada, mas tão procurada por aqueles que procuram pela melhora de vida, proporcionou recentemente, uma nova chance para receptores da região através das casas de saúde.
A identificação de um possível doador de órgãos e tecidos pode ocorrer após a constatação da morte encefálica, que é a interrupção irreversível das funções cerebrais, em que o doador consegue salvar a vida de até oito pessoas ou melhorar a qualidade de vida de mais de vinte.
Após a constatação e autorização da família para a doação, através de um procedimento, similar a outras cirurgias, é efetuada a captação de órgãos. Ao final, sendo obrigatório por lei, o corpo é reconstituído sem qualquer deformidade.
O ato da doação é, além de justo, controlado pelo Sistema Nacional de Transplantes e supervisionado pelo Ministério Público. Portanto, os órgãos são transplantados para os primeiros pacientes compatíveis que estão aguardando em lista única da central de transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado brasileiro.
A doação de órgãos pressupõe critérios mínimos de seleção e, atualmente, no Brasil, são poucas as contraindicações absolutas que excluem os potenciais doadores.

Reconhecimento de um possível doador em Sapiranga é feito pela CIHDOTT

Formada por enfermeiros, médico, psicólogos e assistente social, a CIHDOTT é uma Comissão Intra-hospitalar que realiza busca ativa de possíveis doadores nos setores de emergência e UTIs. A Comissão também é responsável por notificar a central de transplantes, acompanhar a manutenção do potencial doador e articular com os setores externos e internos, visando o cumprimento das rotinas e protocolos.
A família do doador sinaliza quais órgãos está disposta a doar. “Ainda existe muito tabu quanto a doação de córneas e tecidos. Nossas últimas captações em geral foram coletados rins e fígados”, comenta a enfermeira Camila Crippa.

Primeira da história em Parobé

A captação realizada na madrugada do dia 27 de janeiro, no Hospital São Francisco de Assis (HSFA), foi a primeira na história da instituição. Caroline Salim, doutora e diretora técnica do HSFA, exalta a importância desse movimento para a história do hospital. “O HSFA vem crescendo muito nos últimos anos, aumentando a capacidade de atendimento da população, com novos serviços e capacitação técnica das equipes”, pontua. “Com certeza colaborar com a vida desses pacientes que aguardam por um órgão traz crescimento e enorme satisfação para as equipes. Além disso, o hospital tem o cuidado de acolher as famílias dos doadores, pois estes são os maiores envolvidos com sua generosidade. Decidem por um ato tão nobre de doação no seu momento de maior dor, quando perdem seus amores”, finaliza.

Seja doador

No Brasil, é necessário a autorização da família para uma possível doação de um parente já falecido. Visto isso, os profissionais do Hospital de Sapiranga desejam que as pessoas conversem com seus familiares e expressem sua vontade de ser um doador. “Ainda existe muito tabu ao falar de morte, mas ela faz parte da vida e deve ser abordada. A conversa familiar pode ajudar a mudar a realidade do transplante no Brasil”, pontuam a Dra. Rafaela Webster e a enfermeira Camila Crippa.
Caroline relata como a possibilidade da doação é informada. “Oferecemos à família a doação de órgãos e a grande maioria enche o coração de amor, relatando muitas vezes que a doação traz um conforto após perda”, cita.