Prefeitos e Ampara avaliam bandeira preta na região do Vale do Paranhana

Região – Com o anúncio do mapa preliminar da 42ª rodada do Distanciamento Controlado, que colocou a região do Vale do Paranhana na bandeira preta, os municípios terão que se adequar para atender às restrições determinadas pelo modelo do governo estadual. Neste sábado (20), o governo estadual publicará um decreto que restringirá todas as atividades no Rio Grande do Sul entre às 22h e às 5h, e que vigora entre amanhã e o dia 1º de março, em um primeiro momento. Além disso, as aulas presenciais, que foram recentemente retomadas pela maioria dos municípios na região, terão que ser novamente suspensas, pois as determinações da bandeira preta não permitem atividades escolares nas escolas. As instituições deverão adotar o ensino remoto para todos os alunos e poderão atuar somente em estado de plantão.

Sobre o mapa, o prefeito de Parobé e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Paranhana (Ampara), Diego Picucha, pede ajuda da comunidade para enfrentar a situação. “É a segunda vez da pandemia que chegamos nesses números, então realmente precisamos da conscientização da comunidade. Nós estamos esperando pelo posicionamento do governador, esperando o decreto, e novas ações. Vamos esperar até amanhã para entrar em contato com os outros prefeitos, para ver a respeito do recurso de reversão para bandeira vermelha. Estamos analisando os números para ver se é viável o recurso, pois não adianta fazermos por fazer. Nossos números são de (bandeira) preta. Temos um planejamento que é organizado todas as sextas-feiras”, explicou Picucha.

O prefeito de Igrejinha, Leandro Horlle, reforçou que aguarda novas informações do governo estadual. “Estamos aguardando a expedição do decreto para avaliamos as restrições e definirmos as medidas necessárias em conjunto com nossa região”, disse. Já Pedro Rippel, prefeito de Rolante e vice-presidente da Ampara, afirmou estar muito preocupado, especialmente após a falta de preocupação das pessoas no feriado de Carnaval. “Estamos dialogando com os prefeitos da região, para ver que medida vamos tomar, se vamos conseguir de alguma forma, ficar na vermelha. Vamos ter uma reunião extraordinária com os prefeitos, até propus isso para o presidente da Ampara (Diego Picucha), nos reunirmos na segunda-feira e tomar uma decisão em conjunto, a respeito de toda a região. Não posso precisar nenhuma decisão a ser tomada agora, mas estamos preocupados de verdade. Estamos estendendo os cuidados há dias. Vimos muito nesse feriado as pessoas não levarem a sério, principalmente nas praias, e estamos colhendo o resultado agora”, definiu Rippel.

Sabemos que as pessoas precisam trabalhar e ter seu sustento, mas elas também precisam ter segurança para si e para suas famílias do ponto de vista da sua saúde, inclusive para que seu trabalho possa acontecer.

– Eduardo Leite

Já o governador Eduardo Leite, na live em que anunciou o mapa preliminar do Distanciamento Controlado, declarou que não sente prazer em estabelecer restrições como essa, mas que o momento exige. Além disso, o chefe do estado do Rio Grande do Sul fez um apelo à população gaúcha. “Temos um comitê de dados, com apoio de técnicos estatísticos na secretaria de saúde, analisando todas as informações. Desde o início disse que acompanharíamos a pandemia com dedo no pulso, acompanhando movimentação das internações, dos casos diagnosticados através dos exames, das ocupações dos leitos clínicos e de UTI. Montamos um modelo que usa análise de indicadores para definir o nível de restrição. Não há nenhum prazer do governador do estado em estabelecer restrições para a população, nenhum prazer. Pelo contrário, sentar-se à cabeceira da mesa para coordenar um grupo técnico que analisa os indicadores, que acompanha a evolução dos casos, e ter que tomar decisões como essa, não é nada fácil, ao contrário do que pensam alguns que nos acusam de facilmente, na posição de governador, estabelecer restrições à população. Mas é o que se impõe como responsabilidade, no momento crítico que estamos vivendo, e que rogo aqui, à população gaúcha, que nos ajude, nesse momento, cumprindo com seu papel, evitando aglomerações. Sabemos que as pessoas precisam trabalhar e ter seu sustento, mas elas também precisam ter segurança para si e para suas famílias do ponto de vista da sua saúde, inclusive para que seu trabalho possa acontecer. Se não houver condições sanitárias, as pessoas não frequentam os espaços, e tantas outras atividades econômicas sofrem também. Para atravessar esse que acreditamos ser o sprint final, o momento derradeiro, até que tenhamos volume de vacinas. E temos essa expectativa, de que, a partir do mês de março, um volume bastante grande de vacinas serão disponibilizadas no país, e que até, possivelmente, entre abril e maio, tenhamos imunizado os grupos de maior risco e parcela substancial da população. Expectativa é que dentro do primeiro semestre tenhamos metade da população imunizada. Nós não podemos relaxar os cuidados nesse momento e precisamos da colaboração de todos”, desabafou Eduardo Leite.