Ocupação de leitos diminui na região, mas tendência só pode se confirmar em 15 dias

Foto: Divulgação HBP

Região – O cenário caótico vivido dentro dos hospitais da região desde o início de março começa a perder intensidade. Em contraste à falta de leitos, que chegou a causar mortes de pacientes, o que se vive nesta semana é uma ocupação próxima de 80% em UTIs e 50% em unidades clínicas.

Na Região 06, formada pelos municípios do Vale do Paranhana, o uso de UTIs era de 77,2% na manhã de quarta-feira (7) e havia 18 leitos disponíveis. Já os leitos clínicos apresentavam índice de 46,5% de uso, com outros 100 à disposição. A título de comparação, em 17 de março a ocupação das UTIs era superior a 98% e os leitos clínicos chegavam a 103%, ultrapassando a capacidade estabelecida.

Na Região 07, que engloba os municípios de cobertura do Jornal Repercussão no Vale do Sinos, a situação é pior. A ocupação de UTIs do Sistema Único de Saúde (SUS) era de 83,8%, com outras 18 vagas disponíveis. Os leitos da rede privada registravam 110,2% de ocupação. As unidades clínicas chegavam a 72,2% de uso e havia 81 disponíveis para novos pacientes.

O cenário estadual é semelhante. Os hospitais gaúchos estavam com índice de ocupação de 90,1% das UTIs do SUS e 105,5% da rede privada. Os leitos clínicos registravam uso de 45,5%. Todos os dados são referentes à manhã de quarta-feira.

Na terça-feira (6), o Brasil bateu novo recorde e registrou mais 4.195 mortes por Covid-19, de acordo com levantamento do Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde). Isso equivale a uma morte a cada 20 segundos.

Internações cresceram em 492%
Este dado é do Hospital Lauro Reus, de Campo Bom, e representa os índices registrados em março. Foram 155 internações, contra 30 em fevereiro e 33 em janeiro. Apesar disso, a direção ressalta que o número de altas se manteve em crescimento, chegando a 45 no terceiro mês do ano, o que reflete o trabalho das equipes para salvar e recuperar os pacientes.

Fique por dentro
O diretor técnico do Hospital São Francisco de Assis (HSFA), Dr. Tadeu Stringari, avalia que o momento é de expectativa positiva devido à queda nos indicadores, mas que a tendência só pode se confirmar daqui a 15 dias. “Houve uma diminuição muito boa na internação clínica e nas solicitações de uso de UTI covid. Ainda continua lotado, mas não com aquele volume de pedidos diários”, diz. A preocupação do médico é com os possíveis reflexos do feriadão de Páscoa, que devem ser sentidos nas próximas duas semanas.

“Os índices atuais não servem ainda para soltarmos foguetes, porque é uma doença grave e perigosa, e os recursos de prevenção são os que já se conhecem: distanciamento e nunca tirar a máscara”, acrescenta. O HSFA, de Parobé, registrava nesta quarta-feira ocupação de 67,4% das UTIs e 100% dos leitos clínicos.