Nova dose de vacina contra o sarampo é estabelecida pelo Ministério da Saúde

Região – O Ministério da Saúde informou recentemente que os bebês de seis meses a 11 meses e 29 dias de todo o Brasil devem receber uma dose extra de vacinação contra o sarampo. A medida busca a prevenção levando em consideração o crescente número de casos que passaram a ser registrados em diferentes estados do país. A ação determinou este público-alvo devido às maiores chances de casos graves e óbitos em decorrência da doença nesta idade. No Rio Grande do Sul, foram 46 casos confirmados em 2018, conforme informações disponibilizadas pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), sendo que nenhum dos infectados eram moradores das cidades do Vale do Paranhana. Em 2019, ainda não há registro de ocorrência da doença no estado.

A chamada “dose zero” já pode ser solicitada nos postos de vacinação das cidades da região. Em Igrejinha, são cerca de 344 crianças que precisam da imunização; em Três Coroas, são 170; em Rolante, são 165 bebês que estão na faixa etária elencada para a prevenção. O Jornal Repercussão Paranhana entrou em contato com as secretarias de Saúde das seis cidades do vale, mas obteve resposta de apenas três até o fechamento da edição. Conforme informação das pastas, o estado não estabeleceu um “Dia D”, cabendo aos municípios analisar a necessidade de realizar tal programação.

É importante saber

A secretária de Saúde de Igrejinha, Simone do Amaral, explicou que os municípios não receberam uma meta de vacinação. Mesmo assim, o objetivo é atingir 100% do público-alvo. Simone lembra que a “dose zero” não substitui as vacinações já previstas no Calendário Básico Infantil, que estabelece a primeira dose contra o sarampo aos 12 meses de idade com a vacina tríplice viral, que protege também contra rubéola e caxumba. Aos 15 meses há a última dose, a tetra viral, que reforça a tríplice e protege ainda contra a varicela (catapora). As vacinações de rotina devem ser mantidas. Além disso, a orientação do governo é de que quando identificado um caso da doença, todas as pessoas que mantiveram contato com a pessoa sejam vacinados. O Ministério da Saúde não informou se a nova dose passará a fazer parte do calendário oficial, mas a medida deve permanecer até que haja diminuição nos registros de incidência da doença.

Cevs alerta para casos suspeitos

Qualquer um que não tenha sido devidamente vacinado pode, em qualquer idade, contrair a doença. Por isso, o Cevs alerta para a importância de ter atenção aos principais sintomas, que são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. Além de identificar a contração do sarampo, é necessário também que profissionais da saúde sejam rapidamente notificados, o que possibilita a contenção da transmissão.

O Rio Grande do Sul ficou muitos anos sem casos da doença. Desde a segunda metade de 1999 até 2009 não houve circulação do vírus no estado, conforme o Cevs. Em 2010, oito casos foram confirmados, sendo vinculados ao agente B3, que na ocasião afetava a população da África do Sul, país sede da copa do mundo naquele ano. Em 2011, mais sete contaminações também ligadas à importação foram registradas. Entre 2012 e 2017 o estado não registrou sarampo. Já em 2018, foram 46 situações confirmadas. Outros estados tiveram incidências entre 2018 e 2019, levando o Brasil a perder o certificado de eliminação do sarampo concedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao país, em 2016.