Leitos exclusivos para UTI covid são fechados e hospitais da região passam por adaptação

Hospital de Parobé chegou a ter 43 leitos de UTI para atendimento exclusivo de pacientes com covid-19 Foto: Divulgação/HSFA

Não há mais leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para atendimento exclusivo de pacientes com covid-19 no Rio Grande do Sul.

Oficializada no fim de junho, a decisão acata uma determinação do Governo Federal, que desde o dia 1.º de março não destinava recursos para a manutenção destes espaços.

No ápice da pandemia, o Estado contou com aproximadamente 1,5 mil leitos de UTI emergenciais. Destes, conforme a Secretaria Estadual de Saúde, foram mantidos 366, transformados em leitos de UTI geral.
Com a adequação, os hospitais da região de abrangência do Grupo Repercussão também foram impactados. Atualmente, a situação é a seguinte: Hospital Lauro Reus, de Campo Bom — 10 leitos de UTI geral, sendo dois para isolamento; Hospital Sapiranga — 12 leitos de UTI geral e dois de isolamento; Hospital São Francisco de Assis, de Parobé — 10 leitos de UTI geral e dois de isolamento, sendo um deles na emergência; Hospital Bom Pastor de Igrejinha — antes do fechamento dos espaços exclusivos eram 10, agora a referência é Parobé, não existindo mais leitos no HBP.

Dentro do contexto de internações, tanto o hospital de Igrejinha quanto o de Sapiranga informaram que apenas um paciente em cada instituição necessitou de leito em UTI nos últimos meses.
Em Parobé, de acordo com a diretora técnica do HSFA, Caroline Salim, os casos de covid “subiram nas últimas semanas nos atendimentos na emergência, porém de menor gravidade e a maioria não precisa de internação ou UTI”.

Eles comentam

João Schmitt, diretor do HBP. “Com o fim do repasse de recursos do Governo Federal para este fim e com a baixa na demanda, em janeiro de 2022 os 10 leitos de UTI Covid montados no HBP foram encerrados, não sem antes ter certeza de que os pacientes teriam toda a assistência adequada”.

Diretora técnica do HSFA, Caroline Salim. “Importante salientar que, além do covid, temos simultaneamente todas as outras doenças respiratórias que já aparecem em maior número durante o inverno e podem novamente gerar sobrecarga dos sistemas de saúde, principalmente ao que se refere aos atendimentos de idosos e crianças”.

Pontos importantes

A doutora Caroline ressalta ainda a importância da população estar atenta a outras doenças que chegam com o inverno. “É importante salientar que, além do covid, temos simultaneamente todas as outras doenças respiratórias que já aparecem em maior número durante o período de inverno e podem novamente gerar sobrecarga dos sistemas de saúde, principalmente ao que se refere aos atendimentos de idosos e crianças, faixas etárias de maior risco, e já estão aumentando expressivamente”, lembra.

Elisa Santos, coordenadora de enfermagem do Hospital Lauro Reus, fala sobre a manutenção dos cuidados com o covid-19. “Precisamos estar cientes que a pandemia não acabou. Precisamos manter os cuidados de higiene de mãos, evitar estar em contato com pessoas com síndrome gripal. A qualquer sintoma, procurar atendimento. Uso de máscara segue obrigatório em hospitais e casas de saúde. Precisamos zelar por todos”, conclui.