Hospital de Rolante precisa contornar dívida de R$ 7,4 milhões

Uma dívida que preocupa, mas que não terá interferência nos serviços prestados à população. Esse é o posicionamento oficial da direção da Fundação Hospitalar de Rolante que precisa contornar uma dívida que se aproxima de R$ 7,5 milhões. Os valores dos débitos são oriundos, em sua maioria, do não pagamento de tributos como Fundo de Garantia, INSS, Imposto de Renda, valores que foram recolhidos e não foram pagos. “Parte desta dívida já está negociada, em parcelamentos que chegam a 150 meses, outras já estamos em processo de negociação”, informa o diretor administrativo da Fundação Hospitalar de Rolante, Paulo Borges. “Mensalmente, o hospital já trabalha com um pequeno déficit e com essas negociações das dívidas, esse déficit vai ser um pouco maior a cada mês”, acrescenta Borges.

A conclusão dos valores devidos foi obtida após auditoria nas contas da fundação realizada por uma comissão a partir de iniciativa da administração municipal. O prefeito Pedro Rippel destaca que a verificação das contas foi necessária como forma de garantir transparência, tendo em vista a parceria e a destinação de recursos que o município realiza mensalmente. “Em virtude da transparência, nós temos a obrigação com a comunidade de apresentar a real situação financeira da Fundação Hospitalar”, salienta o prefeito.

Para superar as dificuldades, a direção da casa de saúde já trabalha para o incremento de receitas e também contará com o apoio da prefeitura.

“O município vai procurar investir o máximo possível”, sintetiza Rippel.

Município criou comissão para analisar as contas

Sempre buscando garantir maior transparência em relação aos recursos investidos, a Administração Municipal de Rolante, logo que assumiu a gestão da Prefeitura em janeiro de 2021, criou uma comissão para analisar os gastos e prestar contas à comunidade referente os valores investidos na casa de saúde. “Um dos grandes anseios da nossa comunidade era transparência nas contas da Fundação Hospitalar por isso, ainda em janeiro, estabelecemos uma comissão para análise da situação financeira da fundação e, no final do mês de maio, após ouvir todos os argumentos da fundação, chegamos a conclusão da dívida, desse passivo de R$ 7,5 milhões”, detalha Arthur Klein, procurador jurídico de Rolante. Para Klein, o engajamento e apoio da sociedade será fundamental para superar essa adversidade. “Embora seja da fundação, essa dívida também é do município, também é da comunidade de Rolante, por isso o engajamento de todos é importante para que os serviços da fundação melhorem cada vez mais”, pontua Klein.

Medidas para superar a crise

Em meio aos débitos, a Fundação Hospitalar de Rolante vai precisar angariar recursos para superar o déficit e quitar as obrigações atrasadas e também as que surgirão com o passar dos meses. “Nós não temos como reduzir custos, a gente já está trabalhando com equipe mínima, então a única alternativa é buscar formas de aumentar nosso faturamento”, explica Paulo Borges.

Uma das alternativas, segundo Borges, é a oferta de novas especialidades. “Precisamos de um incremento de serviços, buscar profissionais que hoje não atendem no hospital ou no município para trabalhar com a gente e assim aumentar o nosso faturamento”, cita Paulo. Algumas situações externas também irão contribuir para diminuir as despesas e ajudar a contornar o déficit. Recentemente, a RGE instalou uma usina de energia solar que irá contribuir para reduzir a conta de energia da casa de saúde. “Com a instalação desses equipamentos, vamos conseguir reduzir em, no mínimo, 30% nossa despesa com energia elétrica”, explicou Borges.

Prefeito destaca importância da fundação hospitalar para a cidade e garante apoio à situação

Após o fim da análise das contas por parte da comissão municipal, o prefeito Pedro Rippel garantiu apoio à fundação hospitalar para superar a crise. “O Município quer ser parceiro, estamos aqui para ajudar e ser mais um aliado junto aos interesses da nossa sociedade. Sabemos que a situação é muito complicada, mas vamos trabalhar juntos com a Câmara de Vereadores e com a Fundação Hospitalar para superar esse momento”, destaca o prefeito. “A Secretaria de Saúde e o hospital têm que estar afinados para atender bem as pessoas”, completa Rippel.