Uma tela de celular, muita emoção e a saudade amenizada através de alguns minutos de conversa. É assim que, desde o início de outubro, pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) covid-19 do Hospital São Francisco de Assis – HSFA, de Parobé, estão recebendo o amor de suas famílias enquanto precisam ficar isolados.
No intuito de humanizar o atendimento, a instituição parobeense que atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) os municípios da região macrometropolitana, está realizando visitas virtuais para os pacientes internados na UTI.
A ação é conduzida pelo serviço de psicologia, enfermagem e serviço de informações do hospital, com participação de toda equipe médica da UTI.
Segundo a casa de saúde, para realizar a visita virtual, os familiares responsáveis pela internação do paciente são questionados sobre o interesse de participar do projeto por meio de uma ligação.
Quando há uma resposta positiva, a chamada de vídeo é agendada e o serviço de psicologia do hospital realiza um acolhimento prévio, com o objetivo de preparar os familiares para a visita virtual. Após este momento, a ligação acontece de dentro da unidade de terapia intensiva.
“Agradeço a toda equipe envolvida pelo trabalho realizado com
muito amor”, diz enfermeira
De acordo com a enfermeira Clarissa Possmoser, gerente assistencial do hospital São Francisco de Assis, o objetivo da atividade é justamente humanizar o cuidado prestado ao paciente e aliviar o distanciamento familiar imposto pela doença. Desde o início do projeto, já foram realizadas 18 visitas “todas carregadas de muita emoção e gratidão ao momento oportunizado”, como afirma Clarissa.
Experiência vivenciada
- Miriam Ribeiro do Amaral, moradora de Passo Fundo e esposa de Eliezer Silva da Silva, que está internado na casa de saúde parobeense há mais de 20 dias por ter contraído a doença, conta como foi passar pela experiência da visita virtual estando a mais de 300 km de distância. “É um momento emocionante, por que a primeira coisa que você vê é o paciente entubado. Mas ao mesmo tempo é gratificante por tu poder presenciar, já que não pode estar junto”, revela. “Os médicos são muito humanos. Nos deram uma força imensa. Nós podíamos mandar áudio, vídeo no whatsapp. Isso nos aproximou bastante e também deixou ele mais calmo”, finaliza. Segundo Miriam, Eliezer ficou 24 dias internado UTI, sendo 16 deles entubado. Agora eles aguardam a liberação para voltar para casa.