Hospital de Parobé nega abertura de sindicância, mas avaliará condutas no caso da morte do bebê

Parobé – Pouco mais de 24 horas após a morte do recém-nascido, Pedro Kauan Telles Schuler, o Hospital São Francisco de Assis iniciou um processo de revisão de condutas para apurar as circunstâncias do episódio. Na segunda-feira, dia 1°, o gabinete da presidência do Legislativo de Parobé sediou uma reunião emergencial para buscar esclarecimentos com a equipe diretiva do hospital.

Durante o encontro, os diretores da Casa de Saúde, João Schmidt e Dr. Tadeu Stringari, trouxeram explicações.”Temos um médico que atende da meia noite às sete da manhã. Trabalhamos com o sistema e equipe que temos. Entendemos a dor e o sofrimento do pai. A nossa equipe sofre junto, esta é uma dor de todos. Foi um caso grave e a forma que foi conduzido não foi satisfatória”, afirmou Stringari. Ao Jornal Repercussão Paranhana, o médico afirmou que não houve abertura de sindicância para o ocorrido, pois o procedimento nestas circunstâncias é realizar revisões de prontuário.

Na ocasião, estiveram presentes o prefeito Irton Feller, vice-prefeita e secretária de Saúde, Marizete Pinheiro, além dos vereadores, Maria Eliane Nunes (MDB), Jair Bagestão (PT), Antônio Carlos dos Santos (PDT), Gilberto Gomes (PRB), Eneas Rodrigues (MDB), Enio Terra (PTB), Marcos Friedrich (MDB), Marcelo Pereira (PDT) e Alex Bora (PL).

Atualmente, o Hospital São Francisco de Assis atende moradores de outros municípios da região do Vale do Paranhana, bem como da região metropolitana. No encontro, Feller sugeriu à equipe do hospital uma mudança na forma de atender a comunidade. “Eu lastimo e imagino como não deve estar este cidadão e sua esposa, que perderam seu filho. Acompanhei a situação junto da secretária e entendo que a administração fez o que estava em seu alcance. O que aconteceu já na casa de saúde não pode ser reparado, mas é preciso pensar em mudar a forma de atendimento”, salientou o prefeito.

Entre as sugestões apontadas pelos participantes à direção do Hospital está a qualificação do setor de triagem e acolhimento dos pacientes que chegam em busca de auxílio na instituição. Atentamente, a direção ouviu todas as indicações e se comprometeu em verificar o que ainda pode ser aperfeiçoado nesta, e em outras áreas vitais do Hospital.

Secretária de Saúde reforça que o município prestou bom atendimento

Segundo a secretária de Saúde, todos os serviços disponíveis pela administração foram oferecidos à família. “Foi feito todo o atendimento à família por parte do que a Prefeitura poderia ofertar, em que a criança foi encaminhada a Porto Alegre. O que desencadeou esta situação lamentável foi no momento da emergência na Casa de Saúde”, destaca. “Apresentamos o bom atendimento na saúde do município enquanto o recém-nascido esteve conosco. A direção do Hospital prestou todos os esclarecimentos deles e argumentaram que possuem as câmaras para mostrar desde a entrada da família, até o momento do atendimento. Segundo a direção, esse tempo durou cerca de 21 minutos”, explicou a secretária à reportagem.

Aos presentes, a direção do Hospital ainda contextualizou que no momento em que a criança chegou para o atendimento, havia outros dois casos de emergência. “Esclareceram que estavam com um senhor que foi esfaqueado e uma emergência. O caso da criança foi o terceiro caso. E como era uma criança que não chegou pela emergência, aguardou esses 21 minutos”, declarou Marizete.

A secretária de Saúde ainda explicou que semanas antes do episódio, a mãe e a criança procuraram o Saúde da Mulher para o teste do pezinho. “No balcão, a atendente percebeu que a criança estava com uma cor muito amarela. Quando o pediatra viu a criança, e imediatamente, acionou o Hospital de Parobé, que posteriormente, encaminhou o recém-nascido para o Hospital da PUC, em Porto Alegre. E na Capital, a criança ficou internada por alguns dias”, disse Marizete.

Foto: Eduarda Rocha