Hospital Bom Pastor é referência de atendimento e união entre voluntários

Foi o esforço de muitas pessoas que contribuíram para o Hospital Bom Pastor se tornar uma realidade e uma referência em atendimento. A história da instituição, que se confunde com a da cidade, inicia na década de 50. Em 3 de junho de 1951 foi lançada a pedra fundamental para a criação do Hospital Bom Pastor, por Adolfo Lauffer. Seu filho, Edmundo Lauffer, era médico e sempre que precisava internar um paciente o encaminhava a hospitais de outros municípios, pois não havia um em Igrejinha. Em março de 1952 foi registrado o primeiro Estatuto da Sociedade Beneficente de Igrejinha, cuja finalidade era construir um hospital, sua manutenção e conservação, em defesa da saúde de pessoas de todas as classes sociais. Em 5 de abril de 1972 foi eleita a primeira diretoria, encabeçada por Selson Flesch. O Hospital Bom Pastor foi inaugurado em 1 de dezembro de 1974, iniciando suas atividades em 4 de dezembro do mesmo ano.

De 1974 até os dias atuais, o Hospital Bom Pastor passou por muitas transformações, ampliou sua estrutura e se tornou referência em diversas especialidades tanto a nível regional como estadual. O atendimento a pessoas com deficiência é um dos projetos de maior relevância junto a casa de saúde. “Em 2017 foi criado o Centro odontológico para pessoas com deficiência, que hoje é o maior serviço do sul do Brasil e atende pelo SUS pacientes de 138 municípios. Com base no sucesso do serviço e na demanda por outras especialidades, o HBP tem como principal projeto a criação de um centro multiespecialidades para pessoas com deficiência”, explica o diretor da instituição, João Schmitt.

Igrejinha é conhecida como a cidade do voluntariado e esse título garantiu muitos benefícios ao Hospital Bom Pastor que, ao longo dos anos sempre recebeu muito auxílio da comunidade, o que também permitiu a expansão da prestação de serviços. “A relação da comunidade de Igrejinha com o hospital é diferenciada. Fazendo jus ao título de cidade do voluntariado, as pessoas se envolvem muito com o dia a dia do hospital e tem um carinho muito grande pela instituição, como se ela fosse um pouco sua. A própria oktoberfest é muito importante para o hospital, pois com os valores recebidos da festa foram possíveis diversas obras de ampliação do hospital, como a maternidade, a emergência, o centro cirúrgico, entre outras”, celebra Schmitt.

Atualmente, a Sociedade Beneficente de Igrejinha, mantenedora do Hospital Bom Pastor, é presidida por Wolmir Muller.

Funcionária mais antiga enaltece período de trabalho no Hospital Bom Pastor

A técnica de enfermagem, Maria Elena Malta, é a funcionária que há mais tempo atende os pacientes no Hospital Bom Pastor. Com 41 anos de serviços prestados na casa de saúde, ela já se prepara para descansar junto a família, mas enquanto a aposentadoria não chega, segue firme em suas atividades sem esquecer do início da trajetória. “Eu cheguei aqui em 1981 e era bem diferente tinha quatro médicos, poucos pacientes. Devagar o hospital foi crescendo, evoluiu muito”, lembra Maria Elena que também se adaptou ao crescimento do Bom Pastor. “Eu fiz cursos. Era atendente de enfermagem, depois passei a auxiliar de enfermagem, depois o técnico. Tive que estudar e ir evoluindo junto”, completa.

Com mais de quatro décadas de atuação, a técnica de enfermagem celebra a oportunidade estar em atividade. “É muito prazeroso. Eu trabalho na sala de partos, de cesárias e é muito gostoso ver uma criança nascer, ver os pais contentes”, cita Maria Elena que também enaltece a oportunidade que o trabalho lhe oferece de participar da vida de muitas famílias. “É divino, é imensamente satisfatório. Eu gosto muito de tirar fotos dos casais antes das cesárias, de conversar com os pais. Tenho boas recordações”, complementa.

Ao citar a aposentadoria que se aproxima e, por consequência, o fim das atividades no hospital, Maria Elena relata o que pensa sobre o momento. “Eu estou pensando no buraco que vai ficar em mim quando eu sair daqui. O hospital me preenche, ele é importante demais. Tenho colegas especiais e já estou me preparando com a psicóloga para esse momento”, finaliza.