Hospitais de Parobé e Taquara operam com UTI’s nos seus limites

Foto: Melissa Costa

Região – O alerta está ligado. As orientações para que os cuidados sejam redobrados são cada vez mais recomendadas. Isso porque o Rio Grande do Sul vive um momento de pico e registra, desde a segunda semana de novembro, um aumento diário no número de infecções maior do que foi registrado em agosto, segundo dados disponibilizados pela secretaria Estadual de Saúde (SES).

 

Conforme a plataforma, o número de internações também preocupa. O indicativo, no Estado, aponta que 80,7% dos 2.538 leitos de UTI estão ocupados. No Vale do Paranhana, os hospitais com leitos para atendimento de pacientes com Covid-19 também operam dentro do limite. Em Taquara, a plataforma da SES apresenta que dos 10 leitos de UTI adulto disponíveis, nove estão ocupados por pacientes sem a confirmação da doença, porém, o secretário de Saúde, Vanderlei Petry, reforça a importância de se manter os cuidados para impedir a disseminação do vírus. “Mais do que nunca, é necessário se prevenir. As barreiras físicas, ou seja, o uso de máscaras continua sendo importante. É necessário redobrar os cuidados”, ressalta Petry.

 

Em Parobé, a situação é mais preocupante. Os 10 leitos de UTI adulto estão ocupados com pacientes positivos para a doença. Já os leitos clínicos, abrigam 12 pacientes confirmados e três suspeitos, totalizando 15 pessoas atendidas, o que corresponde a 93,8% da taxa de ocupação da ala.

Restrições de bandeira vermelha para frear avanço

Na segunda-feira (30), em live transmitida pelas redes sociais do governo do Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite anunciou medidas emergenciais para o enfrentamento à Covid-19, levando em conta o aumento do número de casos positivos para a doença no Estado. Além das restrições, também foi anunciada a suspensão do sistema de cogestão. Ambas as medidas terão uma duração de 14 dias.

Entre as principais orientações, estão a permissão de funcionamento do comércio, sem restrição de dias, mas com restrição de horário (até 20h); permissão de restaurantes, lancherias e bares, sem restrição de dias, mas com restrição de horário (até 22h), clientes somente sentados, com distanciamento de 2mt entre mesas para grupos de até seis pessoas, sem música ao vivo ou ambiente que prejudique a comunicação; vedado o funcionamento de atividades em locais fechados; vedada a permanência em locais abertos sem controle de público (ruas, praias, parques e praças). Demais restrições podem ser conferidas através do link https://bit.ly/33BZ24H.

Prospecção de cenários para os próximos dias não é animadora, diz presidente da sBV

Fernando Spilki, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV) e professor da Universidade Feevale, destaca os fatores que contribuíram para este aumento e faz uma prospecção do cenário da doença, considerando os números positivos de casos dos últimos dias. “Uma série de questões, a flexibilização geral de atividades, eventos sociais, a atitude dos indivíduos e grupos em retornar à normalidade quase completa como temos visto. Não é efeito de um ou outro elemento, e um somatório”, destaca. “Considerando o incremento impressionante no número de casos novos, infelizmente o cenário não é animador”, alerta.

Secretários analisam

Vanderlei Petry, secretário de Saúde de Taquara. “Houve uma explosão de casos. É preocupante. Nós vivemos, de fato, uma segunda onda violenta, que ainda não configura em óbitos, mas em casos suspeitos e confirmados”.

Ana de Lima, secretária de Saúde de Parobé. “O cenário é bastante preocupante e por mais que estamos orientando, cuidando e testando, os números estão aumentando. Hoje estamos com 100% dos leitos ocupados.”.