Grupo de apoio contra o tabagismo inicia na UBS Empresa de Taquara

Medicamentos e adesivos de nicotina são fornecidos aos pacientes Foto: Magda Rabie

Por Magda Rabie/Prefeitura de Taquara

“Fumar não é hábito, é óbito”, afirmou a fisioterapeuta Úrsula Altmann Garcia, durante o encontro do grupo de apoio contra o tabagismo, promovido na Unidade Básica de Saúde do Bairro Empresa, na terça-feira (26). O grupo destinado a auxiliar pessoas que desejam parar de fumar terá encontros periódicos com acompanhamentos com especialistas, consultas médicas e recebimento de medicações por três meses. 

Quem quiser participar dos próximos grupos pode se inscrever no próprio posto de saúde (Rua La Paz, 1915), das 7h às 11h30min e das 13h às 17h, o telefone para contato é (51) 3541-1284. Neste primeiro momento a iniciativa ocorre somente na UBS Empresa, mas a intenção da Secretaria Municipal de Saúde é ampliar para as demais UBSs do Município.

O Grupo de Apoio Contra o Tabagismo é uma parceria da Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio Grande do Sul com a Secretaria de Saúde (SMS) de Taquara. Integram a equipe médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas e psicólogos, que prestarão o auxílio à população sobre como combater o vício do cigarro.

O que dizem os profissionais

Durante o primeiro encontro o médico, doutor Joedi Liveira, chamou de heróis os participantes do grupo. “Vocês já são considerados heróis, pois se propor a vencer um vício que tem levado muitas pessoas à morte e muitas vezes à inatividade é uma vitória. Que bom que em tempo decidiram abandonar o cigarro”, mencionou. Liveira descreveu ainda algumas mudanças necessárias de hábitos e de estilo de vida agregando exercícios, alimentação saudável, ingestão de muita água para vencer o stress e melhorar a auto estima. “Deixar de fumar requer muita determinação, esforço e convicção. Todos os dias vocês recebem uma carga de veneno, o corpo já está acostumado então haverá muitas mudanças acarretando irritações diversas, os três primeiros dias serão os mais difíceis, pois a abstinência é grande, por isso providenciamos adesivos de nicotina e medicamento para ajudar”, reiterou.

A farmacêutica do Município, Ana Paula Port Malta, trouxe informações sobre as substância inseridas no cigarro, destacando que dentre as mais de 4 mil substâncias, 60 são cancerígenas. “Você sabe o que traga e o que cada substância desta causa em você? A nicotina é o maior vilão, se liga no nosso sistema nervoso muito rápido, mas temos uma gama de substâncias como alcatrão, monóxido de carbono, substância radioativas, agrotóxicos, acetona, solvente, cianeto, metais pesados que são consumidos junto o cigarro. A decisão de vocês é um ato de coragem, pois é muito mais fácil continuar um ciclo do que mudar ele, mas é possível e estamos aqui para ajudá-los, sintam-se acolhidos por nós”, menciona Ana Paula. 

Trazendo os efeitos causados pelo cigarro, como tosse, enfisema pulmonar, bronquite crônica, câncer, impotência sexual, complicações na gravidez, entre outros, a fisioterapeuta Úrsula Altmann Garcia explicou como a fisioterapia pode ajudar neste processo. “A fisioterapia respiratória irá minimizar os efeitos através de manobras respiratórias que farão uma limpeza nas vias respiratórias. São exercícios e técnicas de percussão torácica que auxiliarão no processo de mudança do estilo de vida, visando à reeducação respiratória”, observa Úrsula. 

Por coincidência todos que participaram do primeiro encontro tem um grau elevado de dependência medido pela quantidade de pontos constatados na entrevista realizada pela enfermeira Laize Rodrigues Camilo. “Senti todos bem estimulados a pararem de fumar porque se preocuparam e ficaram impressionados durante a entrevista quando constataram a quantidade de cigarros consumidos diariamente, já que não haviam se dado conta”, declarou. Laize salienta que haverá consultas individuais com cada pessoa semanalmente e daqui 15 dias todos se reunirão para uma troca de experiências. Essa agenda se repetirá por três meses.