Identificar possíveis alterações congênitas em um bebê ainda no feto pode assustar e embora seja um assunto delicado, com o avanço da medicina o tema ganha ainda mais espaço justamente pela importância de diagnósticos prévios.
Para as mamães, o período gestacional é marcado pela realização de exames desde o início, e um dos considerados essenciais é a ecografia morfológica de 2.º trimestre, que deve ser feita entre as 20 e 24 semanas de gestação.
É através dessa avaliação que os profissionais podem localizar o sistema nervoso central, ossos, face, coração, rins e outros órgãos internos do feto. Desta forma, avalia-se a anatomia fetal e malformações que o feto possa apresentar. “Existem casos de pacientes que recebem cirurgia intrauterina, porque foi feita essa eco e visto ali alguma inconsistência”, explica Gemanir Polita, coordenadora da Saúde da Mulher.
E é considerando a importância desse exame, que desde terça-feira, 1º, a Prefeitura de Parobé, através da secretaria municipal de Saúde (SMS), está o disponibilizando por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A partir de agora, gestantes não precisarão mais pagar pelo procedimento, que será realizado em Igrejinha.
O movimento da Administração parobeense para a disponibilização desse exame representa um investimento de R$ 396 mil ao ano, tendo uma cota de oferta de 300 por mês.
Detalhes
- De acordo com informações disponibilizadas pela Secretaria de Saúde do município, o contrato para o oferecimento do exame tem vigência de 12 meses e ainda pode ser prorrogado por um período de até cinco anos.
Exemplo e motivo
Iglecia Regina Jung (foto acima) é moradora de Parobé e não conseguiu fazer o exame pelo SUS, pois a sua gestação já estava no período indicado para o procedimento. No entanto, ela conta que foi orientada desde o início sobre a sua importância. “Eu fiz a morfológica e a transvaginal juntas, porque fiz a conização (pequena cirurgia em que um pedaço do colo do útero, em forma de cone, é retirado para ser avaliado no laboratório), então a médica ficou preocupada de como estaria o desenvolvimento do bebê. Foi algo que sempre esteve no planejamento, mesmo tendo que pagar”, conta.
Sobre o aspecto financeiro, Gemanir comenta que também foi uma das razões para o esforço da Prefeitura em oferecer o exame. “Nós sempre solicitamos, mas sabemos que a maioria não consegue fazer, ainda mais agora em período de pandemia, pelo valor elevado que ele tem. Agora todas as nossas gestantes vão poder fazer gratuitamente”, contextualiza.
Elas comentam
“Esse exame não tinha pelo SUS, vínhamos vendo a importância desse exame e conversando com as nossas profissionais da saúde da mulher. Fomos organizando, fizemos uma licitação e agora passamos a fornecer”.
“Agora a gente conseguiu fechar uma parceria. O município comprou a cota e todas as nossas gestantes vão ter direito a essa ecografia morfológica de 2º trimestre”.