Em um ano, projeto de castração de animais atendeu cerca de 200 animais em Parobé

Foto: Eder Zucolotto

Entre os tantos desafios para tratar a saúde pública nas cidades, uma demanda que exige empenho das prefeituras é o controle da população animal. Seja através de campanhas de conscientização para acabar com o abandono de animais, como também com ações práticas para reduzir o número de animais em situação de rua circulando pelas cidades em feiras de adoções e programas de castrações.

A Prefeitura de Parobé é uma das administrações municipais que demonstra preocupação com esse assunto e tem atuado no controle da população animal. Em agosto de 2020, atendendo um anseio antigo da população, um projeto de castração de animais em situação de rua foi lançado com o objetivo de controlar essa população, reduzir o número de animais abandonados e também os impactos na saúde pública em virtude das transmissões de doenças. “Além da questão da crueldade, há também o impacto na saúde pública pois os animais jogados na rua são grandes transmissores de zoonoses como raiva, escabiose, leishmaniose, toxoplasmose, bicho geográfico, esporotricose, entre outras”, explica Cleber Roldão, agente de combate a endemias e coordenador do projeto.

Desde a criação do programa, cerca de 180 animais já foram atendidos pelo projeto direcionado a cães e gatos que vivem na rua e também de famílias de baixa renda que não podem arcar com os custos de castração dos seus animais de estimação. “Hoje estamos com média de 25 castrações mensais e existe uma ideia de ampliar e, além desse projeto gratuito, fazer parceria com universidades e clínicas para fazer castração a baixo custo também”, complementa o coordenador do projeto.

“É questão de saúde pública”

Preocupado em reduzir os danos gerados pelo abandono de animais, o prefeito Diego Picucha valoriza o trabalho realizado desde 2020 no projeto de castração. ” Além da castração, orientamos a população sobre a guarda responsável de animais e trabalhamos para reduzir o abandono e os maus-tratos, estimulando a prática de adoção dos animais abandonados”, enfatiza Picucha.

O prefeito ressalta ainda que o trabalho realizado pela Administração municipal vai além das questões sanitárias. “Essa é uma questão de saúde pública e também de amor, cuidado e respeito com os animais”, pondera o prefeito.

Atualmente, a Prefeitura de Parobé não faz o resgate dos animais em situação de rua e também não promove feiras de adoções. Os animais em situação de rua são atendidos, recebem a castração e, depois da recuperação, retornam às ruas. Já os animais das famílias de baixa renda, após o processo de recuperação, retornam às famílias.

Cadastro na vigilância

Atualmente, duas clínicas terceirizadas realizam os atendimentos para a Prefeitura de Parobé e, conforme explicado por Roldão, novas parcerias estão sendo estudadas para ampliar o atendimento. Para as famílias de baixa renda, o coordenador do projeto explica o procedimento para garantir o atendimento. “As pessoas precisam se deslocar até a Vigilância em Saúde, levar um documento e fazer um cadastro. Após isso, conforme a demanda, o cão ou gato será chamado para realizar a castração. Temos um limite mensal e todos os animais cadastrados serão chamados conforme a demanda”.

O projeto também é extensivo às pessoas que resgatam animais de rua. “Os cidadãos que resgatam cães abandonados também podem entrar em contato com a Vigilância em Saúde, pois essas pessoas também são beneficiadas pelo projeto”, detalha Roldão.

Além de todo o processo de cadastro e encaminhamento à castração, a Vigilância em Saúde também atua na conscientização da população. “Alertamos a população para que tenham responsabilidade com seus animais e não os abandone pois, além da crueldade, estão cometendo um crime. O trabalho é contínuo e todos precisam fazer sua parte”, finaliza Cleber.