Região – As secretarias de Saúde dos municípios do Vale do Paranhana foram surpreendidas recentemente com a informação de que as cirurgias eletivas financiadas através do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (Faec) não deverão mais acontecer até o fim do ano. O Faec é um recurso federal destinado regionalmente para a ampliação do acesso da comunidade aos procedimentos médicos de média complexidade que mais são buscados pela população.
O aviso chegou através de um ofício emitido no dia 29 de julho pelo Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial (DAHA) do Estado, que orientou as coordenadorias regionais de saúde para que os procedimentos cirúrgicos financiados pelo Faec não fossem mais realizados. Na prática, os municípios voltarão a ter sua cota normal de atendimento em determinados procedimentos. O dinheiro deste fundo é destinado para áreas específicas, que são definidas em cada região através de reuniões com os secretários de Saúde, que apontam em qual especialidade há a maior demanda e falta de atendimento para que o acesso seja ampliado.
Oftalmologia possui uma grande demanda
O secretário de Saúde de Taquara, Vanderlei Petry, explica que “no nosso caso (Vale do Paranhana), os municípios optaram em fazer cirurgias eletivas de oftalmologia, especificamente catarata”. No dia 13 de agosto, uma reunião entre a Secretaria de Saúde do Estado e os responsáveis pela Saúde da região promete trazer mais esclarecimentos sobre a situação.
Falta do recurso deve aumentar as filas
O ofício emitido pelo DAHA observa que para o segundo semestre deste ano um valor de R$ 5.452.548,05 foi destinado para o financiamento das eletivas. O recurso é pequeno, considerando que é distribuído por todo o estado. De acordo com a nota, o valor é insuficiente para quitar o que já havia sido realizado nos meses de junho e julho, o que obrigou o fim do programa no período entre agosto e dezembro deste ano. A demanda por cirurgias de catarata é reprimida em todos os municípios da região. O secretário de Saúde de Três Coroas, Luiz Carlos Campos, enfatiza que “aqui a procura é muito grande. Sobrepõe nossa cota. Nós contratamos uma clínica do município para a prestação dos serviços de oftalmologia”. À frente da Saúde de Taquara, Vanderlei Petry também expressa preocupação com a situação afirmando que “será uma redução significativa nos procedimentos realizados na região. Ainda não decidimos o que fazer. Se continuamos de alguma forma com as cirurgias. Provavelmente será definido na próxima reunião”.