Anvisa aprova testes rápidos para Covid-19 em farmácias

Por Henrique Ternus Lamb

A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira (28) a aplicação de testes rápidos para a detecção de coronavírus em farmácias. As farmácias não serão obrigadas a realizar a testagem, mas, as que disponibilizarem o exame, deverão ter profissional qualificado para realizá-lo. De acordo com o diretor presidente substituto da Anvisa, Antonio Barra Torres, o aumento da testagem será uma estratégia útil para reduzir aglomeração de indivíduos em hospitais. “Será útil também para reduzir a procura dos serviços médicos em estabelecimentos das redes públicas”, afirmou Torres.

O exame detecta anticorpos da Covid-19 em poucos minutos, e deve ser aplicado após o sétimo dia de sintomas, quando o corpo já reagiu à doença. Antes disso, a chance de “falso negativo” é alta. De acordo com análise encomendada pelo Ministério da Saúde, um exame doado pela mineradora Vale ao governo federal tem taxa de erro de 75% para os resultados negativos, se aplicado antes do tempo. Por causa disso, o teste não é indicado para realizar o diagnóstico, mas pode ser usado como ferramenta de auxílio e para verificar se pessoas já tiveram contato com a doença.

De acordo com a Anvisa, a realização dos testes nos estabelecimentos farmacêuticos não servirá para a contagem de casos do coronavírus do país. Além disso, a liberação dos exames será temporária e deve durar durante o período de emergência de saúde pública nacional, que foi decretado pelo Ministério da Saúde em 4 de fevereiro deste ano.

Em relação aos testes rápidos, o site da Anvisa informa as seguintes recomendações:

“Esse termo vem sendo usado popularmente para os testes imunocromatográficos para anticorpos (IgM e IgG), indicados para exames a partir de sete dias após o início dos sintomas. São dispositivos de uso profissional, de fácil execução, que não necessitam de outros equipamentos de apoio (como os que são usados em laboratórios) e que conseguem dar resultados entre 10 e 30 minutos.

O diagnóstico de Covid-19 não deve ser feito por uma avaliação isolada dos resultados dos testes rápidos. No estágio inicial da infecção, falsos negativos são esperados, em razão da ausência ou de baixos níveis dos anticorpos e dos antígenos de Sars-CoV-2 na amostra. E o resultado do teste positivo indica a presença de anticorpos contra o Sars-CoV-2, o que significa que houve exposição ao vírus, não sendo possível definir apenas pelo resultado do teste se há ou não infecção ativa no momento da testagem.

Esses resultados devem ser interpretados por um profissional de saúde, considerando informações clínicas, sinais e sintomas do paciente, além de outros exames. Somente com esse conjunto de dados é possível fazer a avaliação e o diagnóstico ou descarte da doença. Ou seja, o teste rápido fornece parte das informações que vão determinar o diagnóstico da Covid-19.”