Anos de espera expõe urgência de referência em traumatologia no Vale do Paranhana

Tempo de espera por uma cirurgia está prejudicando a locomoção de Diomar Foto: Lilian Moraes

Nove anos. Esse é o tempo que o morador de Parobé, Diomar Carvalho, de 53 anos, espera por uma cirurgia para colocar uma prótese e dar fim às dores causadas por uma coxartrose. “Estamos aguardando. Ele está com muita dificuldade para caminhar, não consegue ir muito longe”, relata Leara Salles, esposa de Diomar.

Seu caso é mais um dos exemplos que reforçam a necessidade da habilitação de um hospital de referência para a realização de cirurgias de traumatologia de alta complexidade, mais próximo do Vale do Paranhana.

Para que isso aconteça, uma mobilização tomou força desde o início do ano tendo o deputado estadual Joel Wilhelm (Progressistas) como principal articulador. “Estamos trabalhando para poder chegar em uma planilha que o Estado possa atender e o hospital possa realizar o serviço. Na sexta feira (10), às 10h, vamos nos reunir novamente, desta vez com os secretários de Saúde da Região 6 (Três Coroas, São Francisco de Paula, Cambará, Rolante, Riozinho, Taquara, Igrejinha e Parobé) para que a gente possa definitivamente bater o martelo e anunciar estes serviços a partir do mês de abril, que é a nossa intenção”, afirma Wilhelm.

Fila no Paranhana

Conforme um levantamento feito pelas prefeituras do Vale do Paranhana e divulgado em fevereiro, no total, 2.366 pessoas esperam por atendimento na especialidade, em Canoas. Parobé é a cidade com mais pacientes: 850, seguidos de 600 em Taquara, 372 em Rolante, 300 em Três Coroas e 244 em Igrejinha.

AMPARA VÊ COM BONS OLHOS

O prefeito de Igrejinha e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Paranhana (Ampara), Leandro Horlle, deixa claro: a entidade vê com bons olhos a possibilidade da habilitação se concretizar.
Dentre os inúmeros motivos que justificam a posição, Hörlle comenta sobre os casos que ele acaba acompanhando. “É um dilema que nós vivemos semanalmente ao nos depararmos com casos de longa espera, de agonia, de quadros crônicos de pacientes com dor que não têm conseguido atendimento adequado em Canoas”, detalha. “A possibilidade de termos uma referência de média e alta complexidade na traumatologia, no Vale do Paranhana, mais especificamente em Parobé, é algo imprescindível em termos de região”, finaliza.