Prefeito eleito em Parobé, Diego Picucha reafirma compromissos de seu mandato nos próximos 9 meses

Por volta das 19 horas de domingo (9), o resultado era motivo de emoção no comitê pedetista. Foto: Fábio Radke

Parobé – Acabou a indefinição. Após mais de três anos de incertezas quanto a quem seria efetivamente o prefeito de Parobé, Diego Picucha (PDT) foi escolhido em eleição suplementar no domingo (8) e fica no comando do Executivo até 31 de dezembro. Tendo como vice o vereador Alex Bora (PL), o pedetista angariou 9.518 votos, o que representa 38,19% dos votos válidos.
Moacir Jagucheski (Cidadania) alcançou a segunda colocação no pleito, com 33,82% dos votos (total de 8.378). Gilberto Gomes (Republicanos) atingiu percentual de 19,13%, correspondentes a 4.768 votos. Maristela Rossatto (PT) recebeu 1.647 votos (6,61%) e Olavo Vargas (PTB) fez 612 votos (2,46%). Brancos somaram 6,45% e nulos 7,22%. Estavam aptos a votar 38.331 eleitores, dos quais 9.426 se abstiveram.

A definição de um novo prefeito foi marcada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) por conta da cassação dos mandatos de Irton Feller e sua vice, Marizete Pinheiro. A posse de Picucha deve ser realizada até 30 de março, mas o dia ainda não foi definido. Serão nove meses para colocar em prática os compromissos assumidos perante a comunidade de Parobé durante a campanha eleitoral.

Fique por dentro
Picucha esteve essa semana na sede do Jornal Repercussão Paranhana para nova entrevista. Ele reforçou as posições adotadas na campanha e, entre as revelações, a que a ex-prefeita Gilda Kirsch deverá estar à frente da Secretaria de Saúde. Diego revela ainda a preocupação com a impossibilidade de buscar recursos federais este ano.

Entrevista

Jornal Repercussão – O que tem a dizer sobre o processo eleitoral e sua vitória?
Diego Picucha – Em primeiro lugar quero agradecer à comunidade que nos recebeu nas casas, nas ruas, nos comércios, nas empresas. Quero agradecer todo mundo. Foi gratificante e foi uma vitória da comunidade, sem demagogia. A vitória da esperança de colocar a cidade de volta nos eixos. Eu e o Alex só representamos este anseio e esta vontade do parobeense, de fazer mudança. A comunidade através do voto teve no último domingo a oportunidade de mudar, tendo em vista este desgoverno, esta calamidade que Parobé vive nos últimos três anos. Os três prefeitos foram todos do mesmo governo, representavam o mesmo projeto e Parobé teve a chance de se libertar. Para nós foi uma vitória muito grande e uma sensação de justiça pela eleição de 2016. Fico muito feliz, honrado, mas também entendo nossa responsabilidade nestes nove meses de mandato.

Jornal Repercussão – Tomando posse, quais serão as primeiras ações? Quais secretarias serão cortadas ou agrupadas com outras?
Diego Picucha- Efetivamente a gente não vai mudar nenhuma vírgula do que prometemos em campanha, partindo do pressuposto principal de que para resolver o problema lá na saúde, na educação, na infraestrutura básica, em todas as áreas, a gente precisa fazer gestão. Vamos reduzir drasticamente o número de secretarias. Eu falava em sete, mas talvez sejam menos. Secretarias que teremos serão educação, saúde, obras e secretaria geral. A gente quer reduzir salário do prefeito, do vice-prefeito, de secretários. O que falei na campanha eu vou fazer. A comunidade pode esperar de mim um gestor, e não um político. Eu sou de Parobé, eu gosto de Parobé, é a cidade em que tenho minha família e que escolhi para viver. Eu entro lá não prefeito, entro como funcionário do povo. Temos que moralizar a gestão pública e isso eu vou fazer.

Jornal Repercussão – Para quanto vai baixar os salários?
Diego Picucha – A gente vai fazer uma análise e baixar uma porcentagem proporcional no salário do prefeito, vice, secretários e diretores.

Jornal Repercussão – Quando pretende anunciar secretariado?
Diego Picucha – Não quero revelar todos por enquanto, mas até semana que vem nós vamos estar com isso definido. Já tenho na minha cabeça a definição. Quem provavelmente vai ser a secretária de Saúde é a ex-prefeita Gilda.

Jornal Repercussão – Um dos principais temas da campanha foi a saúde. Agora eleito, como levar remédio para as farmácias? Projeta alguma ampliação no contrato com o hospital?
Diego Picucha – Não tivemos conversa com o pessoal do hospital. A gente já está fazendo o levantamento da saúde. Queremos aproximação com o hospital, ver qual é a realidade, qual é a prestação. Não sei ainda qual é o objeto do contrato. Para ter mais remédio a gente tem que trabalhar com captação de recurso. O remédio no hospital é a consequência, e eu vou tratar a causa. É preciso economizar para sobrar para o remédio, para o pediatra, que é um compromisso meu, para dar atendimento para o povo. Para a saúde a gente vai ter dinheiro economizando na gestão.

Jornal Repercussão – Vai ser possível entregar as obras nas UBS?
Diego Picucha – Me comprometi em revisar e terminar as obras da UBS Alvorada, tocar as obras da UBS do 3L, UBS da Vila Nova, a UBS do Pinhal.

Jornal Repercussão – Vai ser possível colocar em funcionamento a estrutura da UPA?
 Diego Picucha – A gente vai entrar na Prefeitura e ver todas as situações. Não sei a situação atual da UPA, quanto já foi pago, qual a relação com o governo federal. Tudo isso a gente vai estudar, caso a caso. Vamos ver no planejamento o que já foi executado da obra, a questão da sustentabilidade também, para manter essas estruturas abertas, porque não adianta só abrir, tem que ter dinheiro para manter.

Jornal Repercussão – Santa Cristina do Pinhal, havendo um contrato firmado, vai dar continuidade?
 Diego Picucha – Com toda certeza. Como falei antes, moro em Parobé e quero que as coisas deem certo. O que depender de mim vai continuar. Se o contrato não estiver assinado, vamos buscar isso. Essa semana ainda estarei na superintendência da Caixa, em Novo Hamburgo, para conversar sobre esse contrato.

 Jornal Repercussão – Entende que essa eleição serviu como termômetro para outubro?
Diego Picucha – Sim e não. A eleição foi um pouco atípica. Muitas pessoas não queriam eleição por causa dessa insegurança de entra e sai de prefeito. Muitas pessoas votaram em branco, um voto de protesto. Muita gente também achou que não tendo feito a biometria, não poderia votar. Outubro acredito que vai ser diferente. Não vamos ter cinco candidatos. Essa foi uma eleição boa para quem era vereador concorrer. Se perdesse, continuava com o cargo de vereador. Vou pensar em administrar, em fazer tudo aquilo que a gente prometeu em campanha. Outubro vai ser uma consequência do nosso trabalho.

Jornal Reprecussão – Como vai agir na questão da transparência com a comunidade?
Diego Picucha – Primeiro com pessoas qualificadas, honestas e corretas. Nossa ideia de colocar um portal da transparência na praça continua. Quero colocar todos os gastos da administração, qual a receita, o que é gasto em cada secretaria, em cada setor. A gente vai especificar tudo. Quando se trabalha de forma honesta e correta não tem o que esconder. A gente vai mostrar para o povo onde está indo o dinheiro dos impostos.

Jornal Repercussão – Vai buscar articulação para trazer emendas para o Município?
Diego Picucha – Não consigo mais. Vou ter que trabalhar com o dinheiro só do Município. Não dá mais tempo de buscar recursos federais para esse ano, só para o ano que vem. Vai ser um desafio muito grande porque não vem mais recurso federal este ano. Não da mais tempo de buscar.