Irton Feller fala sobre atrasos em repasses, impugnação e investimentos

Parobé – Muitos assuntos polêmicos têm rondado a esfera política de Parobé nos últimos meses. Os temas são diversos: vão desde atrasos em repasses da prefeitura para o hospital e empresas terceirizadas, até a possibilidade de impugnação do mandato do atual prefeito, Irton Feller (MDB), que teve seu recurso de defesa negado no último acórdão. Para entender a posição da administração a respeito destas e outras questões, realizamos uma entrevista exclusiva com o chefe do Executivo.

Questionado sobre a situação de atraso nos pagamentos para a FAM e Lazari, o prefeito declarou que “com a Lazari nós temos atrasos. Eles efetivamente têm sido muito parceiros. Realmente temos algumas pendências com eles, que já vêm de tempo. Então, pagamos um pouco do atrasado e um pouco do mês. Como chegamos em um período muito difícil em termos de receita, desde agosto, nós tivemos alguns percalços que não imaginávamos ter. A receita realmente caiu muito. Não é choradeira, é a constatação de uma realidade. Com a FAM nós não temos pendências nenhuma. Se houver, é coisa mínima.

Entrevista

Repercussão Paranhana – Como está a situação com o hospital? Qual o valor pendente?

Irton Feller – O repasse está atrasado cerca de 20 dias. O valor a ser pago é R$ 360 mil, sendo que R$ 130 mil são referentes à rede básica de Saúde e R$ 230 mil do convênio de pronto atendimento. Embora muita gente não admita isso, o hospital de Parobé é um bom hospital. Tem bom atendimento. Por isso muita gente da região vem ser atendida. E a saúde, no Brasil, custa caro. Estamos tentando ajudar na captação de emendas parlamentares em Brasília para o hospital. E temos também conveniado com eles esse repasse de recurso. Apesar dos atrasos, temos tido um bom diálogo.

Repercussão Paranhana – Quais os principais investimentos em infraestrutura?

Irton Feller – Nós queremos dotar o município com uma infraestrutura melhor. Para tanto, estamos adquirindo equipamentos que não tínhamos. Não haviam recursos para fazer isso porque são equipamentos caros. Conseguimos fazer alguns reequilíbrios e fazer com que pudéssemos nos habilitar ao financiamento. Neste caso com a compra de equipamentos através do Banrisul, com valor de até R$ 2 milhões de reais.
Com os equipamentos vamos poder fazer a implantação de saneamento básico. Vamos poder extrair saibro de um local que reativamos, o que manterá em melhores condições as estradas do interior, e também com esse saibro será possível fazer a cancha onde vai asfaltamento poliédrico. A usina asfáltica servirá para o capeamento dessas ruas já calçadas, que tem muita ondulação ou buraco.

Repercussão Paranhana – Considera justa a decisão do TSE sobre a impugnação?

Irton Feller – Nós temos convicção da nossa legalidade. Uma simples rejeição de contas não é suficiente para tornar um candidato inelegível. Tem que haver a comprovação do dolo, da improbidade administrativa. Não há nenhuma palavra nesse sentido no acórdão. O que dizem é que houve um desarranjo contábil, mas isso não é desonestidade, pode ser uma falha técnica. Concordamos com a terceira sentença (que indeferiu a impugnação). Nós estamos trabalhando, e enquanto houver possibilidades de recursos nós vamos recorrer. Vamos até o fim.