Helinho fala sobre principais avanços e o que faltou ser feito em Taquara

Vice-prefeito de Taquara, Helio Cardoso Neto, concedeu entrevista ao Grupo Repercussão. Prefeito Tito Jaeger, foi convidado a avaliar o mandato, mas não respondeu às solicitações da reportagem Foto: Matheus de Oliveira

Taquara – Eleito vice-prefeito de Taquara em 2016, ao lado do prefeito Tito Livio Jaeger Filho (PTB), Helio Cardoso Neto (PP) deixa o cargo nos próximos dias. Em entrevista ao Jornal Repercussão, o progressista fez um balanço sobre o mandato, apontando erros e acertos.

 

Entre os principais avanços, Helio cita os investimentos em infraestrutura e os projetos de parceria com a comunidade. “Alguns pontos são fundamentais, como a questão das pavimentações e calçamentos. Junto com isso veio toda a infraestrutura de microdrenagem. Toda parte de canalização. Isso foi um avanço muito grande para Taquara”, pontua.

 

Sobre as relações comunitárias, o vice-prefeito elenca dois programas. O primeiro envolve uma parceria com moradores para a criação de escolas infantis, sob supervisão da Prefeitura. “Estruturei toda a parte jurídica para implementação. Existem alguns municípios que gastam um valor considerável por mês pagando vagas em creches particulares”, explica. São quatro escolas no município com o modelo.

 

O segundo programa é o estacionamento rotativo comunitário. O sistema da Zona Azul cobre os custos de manutenção e o excedente é direcionado para investimentos na cidade.

Futuro político

Helio foi o segundo colocado na disputa pela prefeitura da cidade em 2020, e não nega interesse em voltar ao pleito em 2024. “É bem cedo ainda, mas em consideração aos 10.192 votos que a gente fez, a todo o apoio que tive, muito apoio espontâneo, eu, se houver oportunidade, se o partido quiser, porque é uma candidatura bem complexa, vou estar à disposição sim. Vamos ver conforme for o andamento de tudo até 2024. Se um dia ainda tiver oportunidade, quero trabalhar pelo município e implantar as ideias que tenho, que construí e estruturei em 25 anos de carreira.”

Entrevista com Helio Cardoso Neto, vice-prefeito de Taquara

Repercussão Paranhana: Você assumiu a prefeitura em algumas ocasiões. Qual foi sua linha de atuação nesses momentos? Algum projeto se encaminhou?
Helio Cardoso Neto: O projeto mais significativo que eu coordenei, com anuência do prefeito, foi o projeto da Casa Vidal. Quando assumi a prefeitura tive mais titularidade para fazer visitas e buscar captação de recursos. Sou militante cultural desde jovem. Então, é uma área que também avançamos muito. Fizemos a nova lei do conselho de desenvolvimento cultural de Taquara, conseguimos captar vários recursos através da LIC, feira do livro. Fizemos o Sexta tem Arte, com uma edição estadual e uma municipal, tudo com a LIC. Apoiamos e ajudamos anualmente o acampamento farroupilha.

RP: O que gostaria de ter feito e não conseguiu fazer?
HCN: Principalmente a revisão do plano diretor. Não andou a atualização dele. Juntamente com isso, a gente tinha que fazer a revisão de leis municipais importantes, como o código de obras, código de posturas, implantação da lei de mobilidade urbana. São medidas que precisam ser implementadas para minimizar os alagamentos no centro.

RP: O que interferiu para que o plano diretor não fosse adiante?
HCN: Vários fatores. Desde as mudanças que tivemos de novos empreendimentos na cidade, alteração da zona urbana, há uma pressão hoje de empreendimentos para ampliação da zona urbana. É uma questão técnica bem complexa que exige trabalho e dedicação, e isso não houve, infelizmente.

RP: O que considera o principal problema da cidade hoje?
HCN: No meu ponto de vista é a questão dos nós no desenvolvimento econômico. Há falta de espaços apropriados para ampliação industrial em Taquara. Nós não temos pavilhões com mais de 2 mil m² quadrados para instalar uma empresa ou ampliar uma que já existe aqui. Falta também um planejamento de áreas que fossem destinadas a essa ampliação industrial, o que eu chamo de condomínios industriais.

RP: Como avalia a conduta do município em relação ao hospital nos últimos anos? A administração por uma entidade privada era a melhor saída dentro do quadro de possibilidades?
HCN: Nós não tínhamos opções. Não vou dizer que solucionou 100%, mas melhorou a relação. As outras vezes acompanhei o processo e o estado já apresentava a instituição indicada para assumir. Isso foi com o Mãe de Deus e o Isev. Agora, nesta transição, quando estourou a pandemia, foi feito aquilo que eu propus, porque eu fiz a defesa judicial desse processo. Falei que não cabia licitação para escolher a instituição. Foi aí que efetivamente a prefeitura pôde participar do processo de análise de escolha da instituição. Acredito que a que está aqui é boa, mas não está 100%. Falta transparência e relação com a comunidade. A solução disso já propus há muito tempo, que seria a criação de uma instituição local, constituída por taquarenses.