Exemplo de gestão pública: Joel Wilhelm deixará a prefeitura de Igrejinha com superávit de R$ 5 milhões

Igrejinha – Feliz o gestor que sai de uma prefeitura, após oito anos, com um alto índice de aprovação. Mais feliz ainda o prefeito que após governar com a consciência de que o dinheiro público precisa ser cuidado, olha para o balanço do quarto quadrimestre, e na última linha, observa um superávit de R$ 5 milhões, realidade bem diferente da encontrada no primeiro ano do seu mandato. Pois, essa é a realidade do prefeito, Joel Wilhelm (do PP), que está cumprindo com os últimos dias à frente do Executivo.

 

Detentor de uma alta credibilidade não só na cidade como no Vale do Paranhana, Joel leva para a casa alguns troféus importantes. Um deles, talvez, cada vez que um cidadão ou servidor entrar no moderno e amplo Centro Administrativo, nunca esquecerá o prefeito que ousou e possibilitou ao município – e ao cidadão -, ter instalações à altura de um município do porte de Igrejinha.

 

Na educação, Joel sai da Prefeitura com a marca de reformar e ampliar todas as escolas. Além disso, levou ar-condicionado para todas as salas de aulas da rede municipal. “Quando iniciamos, lá em 2013, a fila de espera na Educação Infantil era gigante. Em 2021, vamos zerar a fila com a inauguração da nova escola do Residencial Erna Grings, no bairro Bom Pastor”, comemora Joel.

 

Desafio no turismo

Para os próximos quatro anos, um dos desafios do futuro gestor, na avaliação do prefeito, será catapultar o turismo como área geradora de emprego e renda. “Podemos ver o turismo de fato acontecendo. Temos o asfalto da Serra Grande, o Morro do Voo Livre e a Obra do Morro da Cruz. Essa área tem potencial muito grande”, projeta.

Entrevista com Joel Wilhelm, prefeito de Igrejinha

Repercussão Paranhana: Qual era o cenário fiscal do município, lá em 2013, quando o senhor iniciou o seu primeiro mandato?
Joel Wilhelm: Assumimos e recebemos um relatório da nossa contabilidade que demonstrou que tínhamos um passivo de mais de R$ 5 milhões de reais de déficit. Eram restos a pagar, dívidas previdenciárias e com fornecedores, enfim, uma soma de valores. Era 2016-2017, quando conseguimos, pela primeira vez, virar com praticamente déficit zero. Conseguimos quitar todos os fornecedores ao longo do mandato. Todos os restos a pagar ficaram com cobertura financeira e conseguimos o equilíbrio ao término do 1º mandato.

No final do segundo mandato, ainda não temos os números finais, pois ainda faltam dias dentro de dezembro. Mas, esse mandato temos a certeza de que, no mínimo, o valor que recebemos de passivo, lá em 2013, esse valor vamos deixar de superávit! O que é extraordinário. Mas, esse número pode ser ainda melhor. Estamos com todos os nossos compromissos e com todas as obras pagas. Tudo está em ordem, seja com os nossos fornecedores ou aspectos previdenciários.

RP: O principal problema era esse então?
JW: Sim, exatamente. O município precisa ter uma saúde financeira equilibrada, justamente, para poder buscar investimento. Nós precisamos devolver para as pessoas os impostos que elas pagam em serviços e obras. Nesse sentido, buscamos desde o início tirar do papel nosso plano de governo. Ele era ancorado em muitas obras. Buscamos caminhos para o equilíbrio entre receita e despesa, para que tivéssemos sobras para fazer investimentos com recursos próprios. Buscamos, também, caminhos no Governo do Estado e no Governo Federal, principalmente, para tirar do papel as obras, que era o nosso maior anseio. E, hoje, poder olhar para trás e ver que muitas obras que estavam em todos os planos de governo nos últimos 20 anos, saíram do papel é extremamente gratificante. Então, podemos dividir em duas grandes conquistas: o equilíbrio financeiro do município com o superavit, do início, mais a entrega das 50 obras ao longo dos dois mandatos. Acho que foi um marco muito interessante e algo que tínhamos assumido compromisso com as pessoas e, agora, poder olhar para trás, e ver que todas essas obras saíram do papel é gratificante. Todas obras entregues, pagas, a não ser o asfaltamento para a Serra Grande, que é um financiamento a longo prazo, que está com o pagamento totalmente em dia. As outras 49 obras estão totalmente quitadas.

RP: O senhor liderou um grande projeto de moradia popular no seu governo. Quais foram as principais dificuldades?
JW: Era algo que se pregava muito nesses últimos 20 anos, pois não havia se feito projetos habitacionais no município. Tínhamos a meta de fazer 400 unidades, e nesse sentido, primeiro foi o Residencial Jasmim, que foram 150 unidades na divisa com Parobé. Ali surgiram problemas, primeiro de ajuste de questão de divisa, que foi resolvido junto com o município de Parobé, na Assembleia Legislativa e, depois, ocorreu um problema na execução da obra, onde a empresa que estava executando ela não conseguiu dar mais sequência ao projeto e era uma obra que acabou paralisando e, nesse sentido, foi uma obra, que acabou acontecendo vandalismo e algumas coisas se perderam. Então, naquele momento, foi algo que precisaríamos retomar. Fomos atrás no Ministério das Cidades, identificamos que haviam mais de 80 projetos paralisados no Brasil. Nesse sentido, foi uma busca incansável para poder retomar a obra e também para o Governo Federal fazer o ressarcimento daquilo que foi danificado. Igrejinha foi a primeira obra das 80 do Brasil que retomou o projeto e conseguimos finalizá-la no final de 2016 e entregar no final de 2017.

RP: E na saúde o senhor conseguiu padronizar todas as UBSs. Qual sua avaliação?
JW: Enfrentamos de frente a necessidade de ampliar e reformar todas as UBSs do município. Deixo o governo com todas em um único padrão, pois tínhamos um problema sério de infraestrutura em todas as unidades do município. Cada uma de uma forma, não tínhamos um padrão, e todas com uma série de problemas estruturais. E de normas sanitárias. Hoje, não. Todas estão com o mesmo padrão, e as que ainda não estão finalizadas, já estamos em fase de aprovação de projetos, que é a do bairro Moinho, e a do bairro Acácias, que a obra já está finalizada. Agora, faltam só mais alguns detalhes e mobília. Janeiro e fevereiro estaremos entregando. Ficou só para trás a do bairro Centro, que nós também já estamos em fase de projeto para transformar nossa atual vigilância sanitária em uma grande unidade de saúde, totalmente reformulada e ampliada também no padrão das outras unidades. Isso falo de parte estrutural. Na parte do acolhimento, aumentamos e muito o número de atendimentos. Duplicamos o número de equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). Além disso, humanizamos o atendimento com a implantação da triagem. No Hospital, efetuamos vários contratos de diferentes especialidades. Oportunizamos o Pré-Natal para todas as gestantes no Hospital Bom Pastor. A emergência do hospital conta com dois clínicos 24 horas todos os dias. E, neste ano, conseguimos implantar o Centro Obstétrico através de recursos da AMIFEST, viabilizando a reforma e ampliação da estrutura. Tínhamos como referência Parobé, agora, somos referência ainda para Cambará do Sul e São Francisco de Paula. Hoje, contamos com o melhor Centro Obstétrico do Estado do Rio Grande do Sul. Não tenho dúvida disso.