Eduardo Leite usou espaço para prestar contas e projetar eventual nova eleição

Região – O Grupo Repercussão deu início, na semana passada, a uma série de entrevistas com os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul.

Para que o eleitorado tenha conhecimento das principais linhas de pensamento e propostas dos postulantes a ocupar o Palácio Piratini nos próximos quatro anos, uma sabatina com os candidatos foi organizada para que todos possam apresentar seus pontos de vista a respeito de temas cruciais aos gaúchos.

Onyx Lorenzoni (PL), Eduardo Leite (PSDB) e Vieira da Cunha (PDT) foram os primeiros a serem entrevistados na nova sede do Grupo Repercussão, em Sapiranga.

Na sua passagem por Sapiranga, Eduardo Leite (PSDB) falou de temas controversos, entre eles, da pensão aos ex-governadores e a sua renúncia ao mandato. Na época, Leite articulava uma pré-candidatura à presidência da República, o que não se confirmou.

Saúde

“Estamos avançando na expansão de serviços também pelo interior do Estado. Criamos o Programa Assistir, que reorganizou a distribuição dos recursos dos incentivos hospitalares. Com os recursos do Ministério da Saúde, a exceção dos hospitais federais, todos os outros são contratualizados com esses recursos que são da média e alta complexidade. São R$ 900 milhões do Ministério da Saúde contratado para a média complexidade. O Rio Grande do Sul coloca outros R$ 900 milhões de incentivos hospitalares para ajudar a complementar esses recursos federais que são insuficientes para pagar todos os custos desses hospitais e não tinham critérios bem definidos. Eram critérios de proximidade política essa distribuição de recursos nos hospitais. Nós definimos critérios objetivos e fez com que o Hospital Sapiranga saísse da ordem de R$ 2 milhões por ano que recebia dos incentivos hospitalares para mais de R$ 6 milhões. Quase triplicou o valor do que é repassado ao hospital, isso porque também foi habilitado na área de traumatologia e cardiologia. E o Estado, agora, também tem capacidade de fazer investimentos para expansão de serviços e aquisição de equipamentos, obras que precisam ser feitas. Por exemplo, o Hospital Sapiranga recebe recursos do Estado para fazer a reforma e ampliação e implantação de um Centro de Partos Normais. Em Novo Hamburgo, o hospital está recebendo um recurso para uma nova unidade na ordem de R$ 8 milhões do Estado. Ainda temos o aporte de recursos na ordem de mais de 102 hospitais e que somam mais de R$ 400 milhões e vamos fazendo essa revisão de aportes que o Estado pode fazer para implementação dos serviços e custeio desses serviços de forma reduzida. Mas, a saúde sempre precisará ser olhada com o custo que tem. Não tem equipe médica suficiente e profissionais nas diversas especialidades para garantir em todos os hospitais e nem teria recurso para que isso acontecesse dessa forma. Então, a saída é referenciar regionalmente. Sempre haverá alguma medida com a necessidade de transferir para o interior, para aquelas localidades que são referência. São 497 municípios no estado, é impossível ter 497 serviços de todas as especialidades em todos os municípios”.

Educação

Precisamos melhorar muitas coisas ainda. Quando assumimos o governo, o Estado, por conta do desequilíbrio fiscal e das contas, por todo o esforço que o governador Sartori vinha fazendo, enfrentava uma dificuldade muito grande, inclusive, de pagar os salários dos servidores. Em relação ao pagamento do salário dos professores, o Estado tinha que pagar um completivo para que os professores recebessem o Piso do Magistério. Hoje, os professores do Estado recebem 10,25% a mais do que o estabelecido pelo piso. É claro que queremos avançar mais, mas já é um avanço importante. Em 2019, o professor que entrasse para a carreira do magistério Estadual receberia R$ 2.500,00 para 40 horas, hoje é R$ 4.200 reais, acima do piso nacional, e pagos em dia. Conseguimos avançar nas melhorias para a merenda escolar, aumentamos em 160% para a merenda escolar e queremos continuar avançando nisso. A refeição é extremamente importante naquelas comunidades carentes. Vamos fazer reforço nos valores destinados para a merenda escolar, para que nas comunidades mais carentes, tenhamos ao menos duas refeições quentes garantidas aos estudantes. E claro, um desafio que precisamos enfrentar é a evasão escolar. E, para isso, criamos o Programa Todo Jovem na Escola, mais de 70 mil jovens no Rio Grande do Sul nas famílias de baixa renda recebem uma bolsa de R$ 150,00 mensais graças a recuperação das contas públicas. Colocamos recurso na mão dos diretores das escolas para pequenas e reformas mais urgentes e necessárias. E na parte da aprendizagem, o nosso grande desafio é esse. Vamos fortalecer o Programa Aprende Mais, onde uma avaliação diagnóstica é feita para identificarmos aluno por aluno, escola por escola, qual é a maior fragilidade e deficiência na aprendizagem. Os conteúdos e materiais pedagógicos são preparados especificamente para essas deficiências que se percebem e fazemos qualificação dos professores e programas de formação continuada e temos 30 mil professores acessando nossas plataformas de educação continuada e são remunerados para isso, pagamos R$ 600,00 mensais para acessarem essas ferramentas e programas de formação”.

Rodovias

“Nos últimos nove anos, sob a gestão da EGR, o gerenciamento das rodovias foi uma estatal criada, o que foi um equívoco, pois o Estado não é um bom operador nesse sentido. Ele deve ser aquele que regula, que fiscaliza, mas que não presta o serviço diretamente. Neste caso, sendo o operador de uma empresa de pedágios, o Estado tinha cerca de 900 quilômetros operados pela EGR, e a EGR foi capaz de fazer pouco mais de 8 quilômetros de duplicação em dez anos. Em pouco mais de dois anos de concessão que nós já estamos implementando, um dos blocos já foi feita a concessão, que é o Bloco 3, que é RS-287, que é a rodovia que liga Tabaí a Santa Maria, temos um processo de discussão dos blocos 1 e 2 que atingem rodovias aqui da região, a expectativa é fazer ao longo dos próximos dez anos, 400 quilômetros de duplicação e qualificação das rodovias que já são duplicadas, interseções, pistas laterais, acostamentos, iluminação e a concessão para a iniciativa privada é um bom caminho para que possamos ter os investimentos necessários na qualificação do nosso sistema rodoviário, para reduzir o custo logístico, melhorar o conforto dessas pessoas que utilizam as rodovias, melhorar a segurança para elas e preservar vidas, portanto. Isso é estatístico, as rodovias concedidas e duplicadas têm muito menos acidentes do que as rodovias não concedidas e não duplicadas. Precisamos realizar isso para salvar vidas, melhorar o escoamento da produção, dos usuários e turistas que circulam por essas regiões, e assim, termos ganhos econômicos para o Estado”.

Corsan

“A expectativa é que se conclua ainda neste ano pela liderança do governador Ranolfo que está dando sequência ao projeto que implementamos no tema da privatização da Corsan. Se não estiver concluída, encaminharemos para a conclusão do processo de privatização. É importante que as pessoas entendam. A saúde é pública, mas no caso de Sapiranga e de tantos outros locais é operada por um privado, um hospital filantrópico que faz operação da saúde. O transporte coletivo é público, mas é operado pela empresa privada que é uma concessionária. A estrada é pública, mas muitas vezes ela é operada por uma empresa privada que é uma concessionária. No caso do saneamento é o mesmo caminho que vamos adotar para permitir investimentos que são estratégicos para podermos levar esgoto tratado para todo o Estado para viabilizar com que se universalize de acordo com o marco regulatório do saneamento o acesso ao esgoto coletado, tratado para melhorar a saúde pública. Para melhorar a qualidade de vida da população são quase 12 bilhões de reais necessários para levar a universalização do esgoto no Estado só na parte atendida pela Corsan. Trazer o setor privado como parceiro é fundamental e a privatização não significa que o serviço deixará de ser público, ele continuará a ser público e como regulação e regras estabelecidas em contrato firmado pelos titulares dos serviços, que são os municípios e a empresa que é prestadora do serviço e fiscalizada com cumprimento dos parâmetros a tarifa estabelecida no contrato, não vai ser estabelecido o que o privado quiser. Tudo será rigorosamente controlado”.