De vendedor à presidência da Câmara de Igrejinha. Carlinhos projeta o ano político

Foto: Deivis Luz

 Igrejinha – Passado a tormenta que foi a votação do novo Plano de Carreira do Magistério, a Câmara de Vereadores voltou a respirar mais tranquilamente e pôde dar prosseguimento à analise de projetos importantes com mais serenidade. Ao menos, esse é o entendimento do presidente para a gestão 2020 da Câmara, Carlinhos Michaelsen (Cidadania): “A maior pressão que passamos enquanto vereadores foi em 2019, com a votação do novo Plano de Carreira do Magistério. Mas, entendemos que a proposta proporcionará uma grande saúde financeira para Igrejinha e ninguém receberá parcelado nos próximos 20 anos. Fizemos gestão e não política”, pontua Michaelsen.
O momento foi delicado e Carlinhos citou que os vereadores colocaram a cara a tapa: “Olhando o que está ocorrendo no Estado, eu sei que fiz a cosia certa. Até professores com ligação com partidos de oposição saudaram o projeto aprovado. Quem possui todas as graduações feitas não perde um centavo”, reforça o vereador que está no seu primeiro mandato.
Com laços na iniciativa privada – Carlinhos foi vendedor de lojas como Silmar Tintas, Taqi e CR Diementz, esta última, onde foi convidado para ser gerente de loja: “Hoje, estou vereador e presidente. Se não for da vontade de Deus e da comunidade, eu saio tranquilo”, avalia Carlinhos.

“O plano de carreira do magistério proporcionará saúde financeira ao município”

 

Entrevista – Carlinhos Michaelsen pres. da Câmara de Igrejinha

 Repercussão – Você possui um histórico de liderança comunitária? Conte um pouco da sua trajetória antes de entrar na vida pública, pois logo na sua primeira eleição já se elegeu.
 Carlinhos – Nunca fui presidente de associação de bairros. Mas, participei ativamente na do bairro Bom Pastor. Fui voluntário em Oktoberfest, e nas turmas de amigos, costumamos fazer boas ações favorecendo os cidadãos. Além disso, trabalhei por mais de 20 anos no comércio e sempre procurei tratar todos muito bem. E, tudo isso, pesou para eu me eleger.

 Repercussão – Como construiu a sua chegada na presidência? Ocorreu de forma unânime e tranquila?
 Carlinhos – Acertamos ainda em 2017, logo após a eleição. Fizemos uma leve troca que foi colocar o Clóvis pelo Joãozinho. O Juliano era para ser no terceiro ano, mas reorganizamos e ficou como presidente no segundo ano. O Padilha optou em assumir no primeiro ano da legislatura. O PP elegeu quatro vereadores e ficaria com dois anos, o PSB fez dois vereadores e ficou com um ano e o PSD e PPS (cada um com um vereador) ficaram com um ano na presidência.

 Repercussão – Como pretende conduzir a sua gestão de presidente? Algum projeto específico?
 Carlinhos – Nunca aspirei ser presidente. Se eu fosse ou não ficaria tranquilo. Não possuía essa ganância de ser presidente. Ao chegar aqui, sei que tenho responsabilidade e terei firmeza de não ceder nem para um lado e nem para outro. É necessário equilíbrio na Casa. Em ano de eleição, vai ser um ano de muitas disputas na tribuna entre os colegas vereadores, mas tem que ter pulso de segurar e não deixar atrapalhar os trabalhos. Vai fazer um ano que é transmitida ao vivo a sessão. Quero fazer uma gestão na Câmara para todos os vereadores.

 Repercussão – Qual é o seu futuro político? Pretende disputar uma nova eleição?
Carlinhos – A tendência é que eu concorra novamente a vereador. Também estudo uma mudança de partido e já fiz a avaliação, pois ocorrerá a migração. Quando busquei o Cidadania (PPS), buscava autonomia. Sou de trabalhar em grupo. Os partidos maiores sempre possuem caciques que mandam no partido. Como as outras siglas sabem que vou migrar, houve conversas com o MDB, PSB e PDT. A tendência é eu migrar para um partido novo, mas não descarto nem eu não concorrer nesta eleição.

 Repercussão – De que forma a Câmara e os vereadores podem contribuir com o município?
Carlinhos – A Câmara, muitas vezes, está engessada, pois não pode gerar despesa. Em determinados temas, visitamos entidades para ver se podemos ou não apresentar determinado tipo de projeto.
A Câmara sempre estará aberta. Em 2019, o prefeito não quis pagar e a Câmara pagou todo o estudo de viabilidade do estacionamento rotativo no município com recursos do duodécimo. Levamos o estudo e apresentamos para o prefeito. É bom ter esse valor retornando para a prefeitura, mas desde que faça o que é esperado. Possuímos acordado entre os nove vereadores, em primeiro lugar, analisamos o que é melhor para a Casa Legislativa.

Repercussão – O que precisa ser melhorado nesta e na próxima administração?
Carlinhos – A questão do emprego é fundamental. Nas últimas sessões de 2019, votamos incentivos para gerar até 800 empregos em cinco anos. Com os trabalhadores possuindo ocupação a cidade evolui e melhora. A saúde e a educação estão bem. O turismo está em fase de franca expansão. Na linha do emprego, acredito que devam ser feitos cursos de profissionalização nas áreas mais carentes junto ao SINE/FGTAS para os trabalhadores.