Auditoria na Prefeitura de Parobé identifica uma série de inconformidades

Foto: Matheus de Oliveira

Parobé – Ao lado do vice-prefeito, Alex Bora, do procurador Jurídico da Prefeitura, Vinicius Carniel, o prefeito do município, Diego Dal Piva da Luz, elencou uma série de inconformidades que encontrou logo após assumir a Administração. Em uma coletiva que durou pouco mais de 50 minutos, Picucha pontou as principais fragilidades que a sua equipe e uma auditoria contratada encontraram na gestão da Prefeitura de Parobé.

Picucha iniciou a sua apresentação expondo inconformidades na parte da execução de obras da prefeitura. Mencionou a UPA do bairro Integração, que ainda não está finalizada, e que conta com um investimento de R$ 2.694.000,00, mas ainda não foi entregue: “Encontramos diversas situações que precisam ser equacionadas. Por exemplo, a EMEI Colina do Leão, foram pagos R$ 1.800.000,00, mas só foi executado o valor de R$ 400.000,00 em obras. Na EMEI Emancipação, a obra de R$ 1.500.000,00 foi pago R$ 500.000,00, mas só foi executado R$ 150.000,00”, apontou resumidamente Diego.

Saúde possui déficit de recursos e insumos
Manchete do Grupo Repercussão na semana passada, a Farmácia Municipal de Parobé também foi citada na coletiva: “Encontramos os estoques zerados. Além disso, havia R$ 10.000,00 em medicamentos vencidos e esse montante poderá subir. Para driblar essa situação, compramos mais de R$ 130.000,00 em medicamentos”, ilustrou Picucha.
Picucha citou ainda que a Administração possui uma dívida com o Fundo Municipal de Saúde no valor de R$ 1.756.000,00.

Espaços esportivos
O prefeito ilustrou ainda o que caracterizou de abandono dos espaços recreativos e de lazer do município: “Em Nova Parobé, a quadra de esportes encontramos em situação de abandono e as traças. O município não chegava lá e vários equipamentos estavam totalmente destruídos”, explicou, lembrando ainda de situações semelhantes no Campo da Vila Feliz, o Campo do Paraíso e do Residencial Azaleia.

Estrada do Pinhal é caracterizada de estelionato eleitoral
O ponto mais incisivo se deu nas explicações sobre o asfaltamento da Estrada de Santa Cristina do Pinhal: “Não existe contrato assinado com a Caixa e foi um estelionato eleitoral que ocorreu em Parobé. Nunca teve recurso aprovado e temos documentos que provam isso. Inclusive, a ex-prefeita-interina, Maria Eliane Nunes, fez um termo de acordo com a empresa vencedora da licitação, que sem recursos, não poderia iniciar a obra sem a liberação por parte do Ministério do Desenvolvimento Regional, dentro do Programa Avançar Cidades”, explicou Picucha.

Diagnóstico financeiro
O prefeito classificou ainda como impressionantes a dívida consolidada do município, que atingiu a cifra de R$ 74.619.909,35: “A prefeitura está quebrada. Possuímos alugueis atrasados em imobiliárias e o município, atualmente, possui fama de mau pagador. Isso nos entristece muito, mas estamos aqui para mudar, e vamos mudar”, declarou. O prefeito ainda disse que, um dia antes de assumir, deveria existir em caixa na prefeitura R$ 588.544,44: “Encontramos o caixa zerado. Fizemos uma ocorrência policial, pois esse dinheiro é do município e precisamos apurar para onde ele foi”, cobrou.

O ex-chefe de Gabinete das gestões Moacir, Feller e Maria Eliane Nunes, Valdenir Martins (Kiko), se manifestou logo após a coletiva de Picucha e disparou contra o atual prefeito: “Algumas das colocações foram de moleque. Também exigimos uma investigação profunda de tudo o que o prefeito citou. Vamos fazer uma ocorrência policial sobre a acusação do prefeito do mentiroso desfalque de R$ 588 mil citado por ele na coletiva. Isso é uma calúnia e vamos entrar com uma representação de queixa-crime contra o atual prefeito, Diego Picucha.”

Ex-prefeito Feller se manifesta
O ex-prefeito de Parobé, Irton Feller, fez a seguinte manifestação logo após a coletiva: “Considero a colocação sobre a Estrada do Pinhal uma verdadeira aberração. Fiz um processo todo regular e sempre tratei como prioridade. Aprovamos os dois trechos na Câmara de Vereadores e fizemos a licitação. Acionamos a Caixa na justiça para assinar o contrato com a Caixa e o juiz que julgou nossa tese, determinou que a Caixa contratasse imediatamente. Acontece, que a Caixa demorou e o recurso se esvaiu, prejudicando o município”, declarou Feller.

O ex-prefeito Cláudio Silva, do Partido dos Trabalhadores, foi procurado pela reportagem mas preferiu não se manifestar.

Secretaria de Saúde avalia colocações de Diego Picucha

A ex-secretária de Saúde das gestões Moacir, Feller e Maria Eliane Nunes, Marizete Pinheiro, avaliou da seguinte forma os apontamentos do atual prefeito, Diego Picucha: “Considerando a falta de experiência do prefeito Diego em falar de medicações, digo que durante os anos em que estive à frente da Saúde, compramos várias vezes R$ 130.000,00 mil em remédios. Inclusive, passamos a comprar quase R$ 1 milhão de medicamentos por ano”, disse a ex-secretária.

Sobre a ponderação de que Diego encontrou medicações vencidas, Marizete avaliou da seguinte forma: “O prefeito demonstra não ter nenhum conhecimento na área da saúde. Até agora, não conseguiu contratar um secretário de saúde. Tirou o farmacêutico que tinha passado em processo seletivo e colocou uma pessoa no braço, ao invés de chamar o próximo do processo seletivo. E não sabe ele que R$ 10 mil em remédios vencidos é o que ele está dizendo. E que eu reduzi em 90% as medicações vencidas na Farmácia Municipal em relação a administração passada, ao qual era vereador e não fiscalizava a farmácia e fazia parte do governo do PT”, contrapôs Marizete.

Aluguel do CAPS é contestado
Marizete ainda buscou explicar a aluguel do prédio do CAPS. “O Diego não teve a capacidade de perceber que não foi pago nenhum real sequer pelo prédio novo do CAPS, pois além de diminuirmos R$ 300,00 reais do prédio ao nos mudar, deixamos de pagar R$ 300,00 reais de limpeza de piscina do CAPS velho e eliminamos dois guardas noturnos com a troca do prédio, total economizado na mudança R$ 7.600. Sendo que faltou com a verdade quando disse que tinha sido pago por prédio sem usar, onde o contrato vale a partir de fevereiro e tivemos 40 dias para colocar o prédio em dia e fazer a mudança. Se ele não devolveu as chaves do prédio velho, quem está cometendo irregularidades é ele. E, que ele procure olhar a lei aprovada pela Câmara de Vereadores, onde proíbe de políticos que tiveram suas contas rejeitadas até mesmo como voluntários, trabalharem dentro do serviço público”, apontou.