Três acusados dos crimes na clínica do terror ficam em silêncio na delegacia

Em outubro, polícia e bombeiros fizeram buscas por possíveis corpos no pátio da clínica Foto: Melissa Costa/JR

Taquara – A Polícia Civil está concluindo nos próximos dias o inquérito que investiga maus-tratos, cárcere privado, tortura, entre outros crimes, cometidos contra idosos em uma clínica clandestina na localidade de Santa Cruz da Concórdia, no interior de Taquara. O terror que ocorria no local foi descoberto após denúncia, no início do mês passado. A investigação é de que a clínica do terror, como ficou conhecida, funcionava há cerca de um ano.

O delegado Valeriano Garcia Neto conta que os três acusados – dois considerados os responsáveis pelo espaço e mais a companheira de um deles como comparsa – se apresentaram nesta semana na Delegacia de Polícia, mas se reservaram ao direito de permanecer em silêncio. “Ou seja, não quiseram dizer absolutamente nada. Foram por mera formalidade de atender a intimação. Eles sabem que tem vários pedidos de prisões preventivas contra eles”, revelou o delegado.

RESPONSABILIDADE

Os três acusados, que são de Porto Alegre, serão indiciados por tortura, maus-tratos e cárcere privado contra os idosos, além de abuso sexual e crime de trabalho análogo à escravidão de uma funcionária. “A minha convicção em relação ao inquérito é a mesma, tenho liberdade para indiciar, ou seja, atribuir a autoria de todos esses crimes a eles”, disse Valeriano, citando que, hoje, a principal pergunta é “onde eles colocaram os demais idosos que estavam sob o cuidado deles?”, completou ele.