Taquara é alvo de mega operação com mais de 60 presos em três Estados

Região/Taquara – A Polícia Civil, por meio da 1ª e 3ª Delegacias de Investigação do Narcotráfico (DIN) do Denarc, sob coordenação dos delegados Ana Flávia Leite e Gabriel Borges, na manhã desta quinta-feira (30), deflagrou a Operação Senhores do Altomonte, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Na região de cobertura do Repercussão, Taquara foi alvo da enorme operação.

Foram mais de  60 presos em cumprimento a mandados de prisão preventiva e temporária, sendo 10 mandados de busca cumpridos no interior de três casas prisionais, sendo uma delas de alta segurança. Medidas cautelares de sequestros de bens, bloqueios de contas bancárias e quebras de sigilo fiscal e bancário também foram realizadas.

Nesta manhã, foram cumpridas 107 ordens judiciais de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Charqueadas, Sapucaia do Sul, Arroio dos Ratos, Eldorado do Sul, Alvorada, Viamão, Gravataí, Novo Hamburgo, Taquara, Encruzilhada do Sul, Caxias do Sul, Veranópolis, Lajeado, Santa Rosa, Canela e, inclusive, fora do estado, nas cidades de Florianópolis (Santa Catarina) e Ponta Porã (Mato Grosso do Sul).

Foram apreendidos seis veículos, quatro armas de fogo e dinheiro em espécie.

CRIMINOSOS SE UNINDO PARA FORMA NOVA FACÇÃO
A investigação apurou, em cerca de um ano e meio, que criminosos pretendiam criar uma nova facção, com nome inédito e estatuto próprio. O objetivo era aumentar o lucro oriundo do tráfico de drogas e desviar o foco das autoridades das lideranças já identificadas.

A nova organização criminosa teria seu próprio estatuto, o qual previa, inclusive, um tribunal do crime, e pretendia reunir facções menores e dividir as áreas territoriais de Porto Alegre. Constatou-se que os criminosos atuantes na Vila Cruzeiro e na Vila Jardim ostentavam poderio bélico e promoviam o comércio ilegal de armas de fogo, cujo valor variava de R$ 3.000,00 a R$100.000,00.

Os armamentos seriam utilizados na guerra entre organizações rivais instaladas em Porto Alegre e região metropolitana e na prática de crimes patrimoniais.

O grupo criminoso em questão seria responsável por coordenar grande esquema de comércio ilegal de armas de fogo do Rio Grande do Sul, introduzindo armamentos de grosso calibre no estado, como fuzis e metralhadoras, por meio da importação ilegal de países vizinhos.

O trabalhos investigativos apuraram que, mesmo de dentro dos presídios, os líderes desta organização criminosa continuam a comandar o tráfico de drogas e o comércio de armas de fogo em suas comunidades. Conforme apurado, apenas com a venda de cocaína o grupo faturou o valor de R$ 50 milhões no período de um ano.

MAIS DE 500 POLICIAIS ENVOLVIDOS NA OPERAÇÃO 
A operação contou com suporte operacional de 550 policiais civis em 250 viaturas e apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

Segundo a delegada Ana Flávia Leite, titular da 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico/Denarc, a operação é de extrema importância para descapitalizar organizações criminosas que atuam em Porto Alegre e Região Metropolitana.

O delegado Gabriel Borges, titular da 3ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico/Denarc, ressalta que é uma grande ofensiva contra o crime organizado gaúcho, fruto de complexos trabalhos investigativos, em que todas as lideranças dos grupos criminosos investigados foram identificadas e responsabilizadas criminalmente.

Já o diretor de investigações do narcotráfico, delegado Alencar Carraro, destaca que trata-se de uma das maiores operações da Polícia civil em número de mandados de prisão, reforçando que os alvos da investigações são a alta cúpula do crime organizado gaúcho, conforme diretriz do Denarc em responsabilizar criminalmente os líderes do crime organizado.

Os presos serão encaminhados ao sistema prisional. Os trabalhos investigativos prosseguem para identificar e responsabilizar demais membros do grupo criminoso.