Sumiço de idosa segue sem respostas após quatro anos em Taquara; filha desacredita que mãe esteja viva

Filha Maria Izabel e genro José mostram cartazes feitos na época na tentativa de localizar Nelci Foto: Melissa Costa

Taquara – Há quase quatro anos, segue sem respostas o desaparecimento da aposentada Nelci Dias Fischborn, moradora do Morro da Pedra, no interior de Taquara. Apesar de todos os esforços dos órgãos de segurança, ninguém sabe dizer o que aconteceu com a idosa, que desapareceu no dia 4 de setembro de 2019, aos 77 anos.

Filha única, Maria Izabel está desacreditada de conseguir encontrar a mãe com vida. Ela tomava medicação todos os dias por causa da diabetes e sumiu justamente na tarde que a filha foi até o Centro de Taquara para resolver algumas pendências da sepultura do pai, que havia morrido dois anos antes. Por isso, dona Nelci estava em casa com o genro José Roberto Vaz naquela tarde. Por volta das 15h, ela saiu de casa para visitar uma vizinha, que morava em uma propriedade próxima. A filha havia permitido a visita, pois era algo que a mãe fazia com frequência.

Por volta das 17h, José Roberto foi até a escolinha buscar o neto e, na volta, ao parar na vizinha para pegar a sogra, foi surpreendido. “Foi quando fiquei sabendo que ela não tinha chegado nessa vizinha. Logo, nos assustamos e passamos a procurar pela volta”, relembra ele. Em pouco tempo, quase uma centena de moradores estavam unidos procurando por Nelci, bastante querida na comunidade. “Todo mundo foi até a noite, com lanternas, procurando, mas não achamos nada. Neste dia, até os bombeiros chegaram a vir “, conta a filha.

“Estamos sem saber o que fazer; não é fácil”

Maria Izabel conta que a mãe morava há mais de 40 anos na localidade, era querida por todos e não tinha inimizades. “Ela era uma pessoa trabalhadora, querida por todos, não tinha maldade. Agora, estamos sem saber o que fazer; não é fácil. Seguimos sem saber se ela está viva ou morta. Se alguém souber de uma informação, que dê uma pista para a gente”, pediu. Na época, várias hipóteses foram cogitadas. “Mas não podemos acusar sem provas. Chegaram a suspeitar do meu marido, que foi o último a estar com ela, mas tenho certeza que ele não fez nada. Sempre cuidou dela”, conta ela.

A família também chegou a suspeitar de um vizinho, que acabou falecendo um mês depois, e de pessoas que estariam fazendo uma entrega na localidade de caminhão na tarde do desaparecimento. “São suspeitas, mas nada se confirmou. Simplesmente, nunca descobrimos nada”.

“Reviramos cada metro quadrado”

O caso foi investigado pela Polícia Civil de Taquara, na época coordenada pela delegada Rosane de Oliveira. Mesmo com o trabalho intenso dos agentes, com apoio dos bombeiros e Polícia Rodoviária Federal, nenhuma pista do paradeiro de Nelci foi encontrada. “Até hoje, não dá para entender como ela sumiu. Nosso principal suspeito morreu em seguida (o vizinho). A gente colocou bombeiros, cão farejador, helicóptero da PRF, fizemos varredura em toda área e não localizamos nada. Tinha uma casa abandonada que o cão ficou cheirando, possivelmente ela poderia ter sido colocada lá, mas se ela foi morta naquele local, foi levada para outro lugar. Escavamos tudo ali e nada”, recorda a delegada, que hoje atua na 3ª DP de Porto Alegre.

A falta de respostas deixou a todos desesperançosos. “Fiquei muito frustrada por não ter conseguido localizá-la. Eram dias muito quentes, nós tentamos achar com toda a ajuda possível. Reviramos cada metro quadrado daquele local e, infelizmente, não achamos”, lamentou a delegada.

Hoje, a filha, genro, netas e bisnetos vivem com a tristeza da ausência de Nelci, sem saber se ela está viva ou morta. Caso alguém tenha alguma denúncia ou informação que possa auxiliar, a orientação é procurar a Polícia Civil de Taquara.