Réu é condenado a 36 anos de prisão por estuprar, roubar e matar idosa em Igrejinha

Vítima foi morta em um matagal em 2022 (Foto: Ronei Silva)

Igrejinha – Um crime brutal e que deixou a comunidade consternada. Cerca de seis meses depois de abusar sexualmente, assassinar e roubar a idosa Colotildes Maciel Schmidt, de 78 anos, o acusado Orivaldo Simonetti foi condenado pela justiça. O morador de rua recebeu a pena de 36 anos de cadeia pelos crimes hediondos, cometidos contra a vítima em 29 de maio de 2022.

A sentença foi proferida pela juíza da Comarca de Igrejinha, Renata Dumont Peixoto Lima, no final do ano passado. Assim como denunciado pelo Ministério Público, através da promotora Brenusa Marquardt Corleta, e também pelo igual indiciamento do delegado Ivanir Caliari, Orivaldo é o autor dos crimes contra a idosa.

A condenação é de regime inicialmente fechado, sem poder recorrer em liberdade, mantendo-se assim a prisão preventiva. A defesa do réu foi feita pelo defensor público Alcindo Pereira Neto. Ele não deverá recorrer da decisão.

A vítima Colotildes havia saído de casa pela manhã e tinha como destino a residência da filha. A idosa estava indo alimentar os cães da filha, que estava na praia, quando foi atacada em um trilho de mato, entre a rua 25 de Julho e a RS-115. Após a violência sexual, ela foi morta com golpes de madeira e possivelmente com pedra. Ambos os materiais foram localizados próximos ao corpo.

Buscas pela vítima após sumiço

A demora em retornar para a casa começou a preocupar o marido (que faleceu um tempo após o crime) e familiares. Inicialmente, foi feito o trajeto, mas ninguém encontrou a idosa. No início da tarde, durante as buscas, o corpo foi localizado em um matagal. O acusado, após cometer os crimes, jogou o corpo para fora do trilho, o que dificultou a localização, e então fugiu com a bolsa e o relógio da vítima. Encontrada já sem vida, o local foi isolado para o trabalho do Instituto Geral de Perícias (IGP). De imediato, pelas circunstâncias do corpo, houve a suspeita de abuso sexual e latrocínio (roubo seguido de morte). Colotildes era uma pessoa bastante querida na comunidade.

Câmeras de segurança flagraram movimentação do acusado na cena do crime

Acusado foi preso após investigação minuciosa

A Polícia Civil, coordenada pelo delegado Ivanir Caliari, passou a investigar o caso, quando foi dado início a uma força-tarefa para buscar a identificação do criminoso. Vizinhos também passaram a auxiliar e buscar por imagens de câmeras de segurança. O trabalho intenso por captura de imagens e também de localização por testemunhas, os agentes chegaram a identificação de Orivaldo. Imagens mostram toda a movimentação do réu condenado. Ele se aproximando do mato, pegando o pedaço de madeira, saindo da cena do crime, além de todo o percurso antes do fato e após. Com a identidade confirmada, o homem, que também tentou vender o relógio da vítima, foi preso. Ele era um morador de rua que frequentava o CRAS e usuário de drogas. Natural de Frederico Westphalen, residia em Igrejinha há vários anos.

SEIS MESES ENTRE O CRIME, PRISÃO E CONDENAÇÃO

Entre o dia do assassinato e a condenação, se passaram seis meses, um período ágil em um processo de tamanha comoção e violência. A idosa foi assassinada em 29 de maio, sendo o pedido e a decretação da prisão feito no dia 2 de junho. E a sentença foi proferida em 25 de novembro. Pelo crime de estupro, Orivaldo foi condenado há nove anos de prisão, com agravante do crime praticado mediante recurso que dificultou a defesa e por ser a vítima idosa. Pelo latrocínio (roubo seguido de morte), foram 27 anos de prisão, com agravantes de crime praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, com emprego de meio cruel, já que a morte ocorreu por golpes na região da cabeça, o que resultou em hemorragia intracraniana, e por ser a vítima idosa.

“Clamava por justiça”, diz delegado

Atuando há quase 13 anos como delegado, Caliari esteve à frente do inquérito, que exigiu dias de intenso trabalho para conseguir identificar, prender e indiciar o culpado do crime. Saber que o trabalho desenvolvido trouxe a responsabilização penal, assim como uma resposta à família, são motivadores da rotina do agente da segurança pública. “No início e com razão, a gente é muito exigido, não só pela família, cuja filha tinha apego muito grande e relação próxima com a mãe, mas de toda sociedade, que clamava por justiça. Impossível de você não se sensibilizar, além da sensibilização pessoal, a gente tem a cobrança pessoal por satisfazer o motivo pelo qual trabalhamos: trazer responsabilização penal para quem comete crime, qualquer crime, imagina um crime desse”, disse Caliari.

O perfil do acusado era violento: foram inúmeras ocorrências de tentativa de homicídio (ainda menor de idade), ameaças, furtos, roubos, violência doméstica e posse de entorpecentes, em Frederico Westphalen e Igrejinha.