Protesto com pedido de justiça antes de júri marca condenação no Paranhana

Grupo se uniu por uma propósito na frente do Fórum: justiça (Fotos: Melissa Costa)

Rolante/Taquara – A os gritos de “justiça”, familiares e amigos de Alã Machado, 19 anos, assassinado em abril do ano passado, acompanharam a chegada do réu Roni Djeison Puchoski, escoltado pelos agentes da Polícia Penal, no Fórum de Taquara, na manhã de sexta-feira (10).

O julgamento do acusado do crime começou às 9h30, com o sorteio dos jurados. Para o público, o plenário foi aberto depois das 10 horas, quando iniciaram os depoimentos de testemunhas.

Antes do júri, presidido pelo juiz Rafael Silveira Peixoto, familiares e amigos se reuniram em frente ao Fórum taquarense. O grupo chegou ao local às 8 horas. Dezenas de cavalarianos cavalgaram desde logo cedo, de Rolante a Taquara, para clamar por justiça. Um dos momentos de maior comoção ocorreu com a chegada do réu, que estava recolhido no presídio. Choros e muita revolta marcaram o encontro, mesmo à distância, com o acusado.

Ainda na sexta-feira, Roni, que era padrastro da vítima, foi condenado a 21 anos de prisão, inicialmente em regime fechado. Ele chegou e saiu algemado do fórum. Os jurados acataram a tese de acusação do Ministério Público, feita pela promotora Cristina Schmitt Rosa, por homicídio duplamente qualificado. Pela defesa, atuaram os advogados Ricardo Pereira Cantergi, Victor Berti Spier e Aline Ferrari Quadri, que estão recorrendo da decisão.

MORTE POR MOTIVO FÚTIL

Conforme a promotora, na noite do crime, Roni parou seu veículo em frente à residência onde a vítima estava jantando com amigos e familiares, no bairro Santo Antônio, e começou a discutir porque um carro obstruía sua passagem. Na sequência, chamou o enteado. Quando ele estava indo na sua direção, sacou uma arma de fogo e efetuou disparos. “O crime foi cometido por motivo fútil, eis que o denunciado decidiu matar a vítima em razão de discussão banal sobre veículo que estaria obstruindo a sua passagem, e mediante recursos que dificultou a defesa da vítima, surpreendida pelos tiros”.

“Dor que rasga no peito”, diz pai

O pai da vítima, Adão Machado, ao lado da promotora Cristina

O assassinato de Alã completa um ano nesta quinta-feira (16). Os últimos 12 meses foram de muita dor e saudade para o pai Adão Machado. Ele organizou a manifestação para pedir por justiça e agradece a todos que saíram de casa para esse pedido e também uma forma de homenagem ao jovem tradicionalista. “Nosso pedido foi por justiça, por tamanha crueldade feita a ele (Alã). A dor e saudade são imensas. É uma dor que rasga no peito, que não se apaga jamais. Sinto muita saudade do meu filho, ele está fazendo muita falta para mim, para toda a família e amigos”, disse Adão, que também é apaixonado pelo tradicionalismo, assim como o filho. Enquanto chegava ao fórum, a promotora Cristina foi até a manifestação e conversou um pouco com o pai, que lhe pedia ajuda para que a justiça fosse feita.