Polícia Civil e Judiciário detalham andamento dos processos de homicídio e latrocínio em Igrejinha

Promotora Brenusa, juíza Renata e delegado Caliari na coletiva (Foto: Melissa Costa)

Igrejinha – Os cinco primeiros meses do ano foram marcados por três crimes graves contra a vida em Igrejinha. O último, cometido na manhã do dia 29 de maio, gerou revolta e comoção na comunidade. A aposentada Colotildes Maciel Schimdt, de 78 anos, foi assaltada, abusada sexualmente e assassinada em um matagal no Centro.

O trabalho ágil e criterioso da Polícia Civil e do Poder Judiciário trouxeram rápida resposta à família da vítima e comunidade. O acusado pelos crimes bárbaros foi preso por meio de prisão preventiva quatro dias depois. Ele é um morador de rua, usuário de crack e com ficha criminal por furtos, roubos e outra suspeita de crime sexual.

Em coletiva de imprensa realizada na última terça-feira (7), no Fórum de Igrejinha, a juíza Renata Dumont Peixoto Lima, a promotora pública Brenusa Marquardt Corleta e o delegado Ivanir Caliari detalharam a atuação dos órgãos na elucidação e trâmites legais do latrocínio (roubo seguido de morte) da idosa e de outros dois homicídios praticados na cidade. “Juntamente com as autoridades locais, o que estamos fazendo é prestar contas do que vem acontecendo e de como estamos realizando nosso trabalho para resolver da forma mais célere possível esses fatos envolvendo a morte de algumas vítimas. São crimes em tese praticados com uma violência pouco mais particular e que impressiona a sociedade, até nós, posso dizer, pois aqui não é uma região propícia a isso”, destacou a magistrada Renata.

A promotora Brenusa enfatizou o bom diálogo entre Ministério Público, Fórum e Polícia Civil, o que torna o trabalho mais ágil. “Isso é extremamente relevante à satisfação maior da comunidade, para que se possa levar o processo até o final com a responsabilização das pessoas que praticaram os fatos”.

Câmeras de segurança essenciais nas elucidações

Assim como na identificação do autor do roubo e assassinato da idosa, que conseguiu flagrar o acusado em diversos ângulos com a arma do crime (pedaço de madeira) e nas imediações antes e após o latrocínio, a imagem de câmeras tem sido fundamentais nas elucidações de assassinatos. “Nos três casos, a existência de câmeras foi essencial para elucidação e obtenção de provas”, reforçou a promotora.

O delegado Caliari conta que a polícia trata com o prefeito (Leandro Horlle) para a instalação de câmeras de alta definição, possibilidade de cercamento e análise das imagens na delegacia. “É de extrema urgência. O município não pode ficar sem câmeras que tornem possível o acesso de alguns pontos em determinados bairros. Hoje, contamos com câmeras residenciais e comerciais”. Nos três casos, a polícia atuou com o apoio da comunidade. “A gente vira a noite, trabalha, busca apoio para coletar imagens”, completou ele.

Homicídios elucidados; cinco presos

O primeiro crime contra a vida exigiu investigação intensa. Lucas Martins Fogaça foi morto no dia 12 de abril com diversos disparos de arma na estrada da Serra Grande, em Igrejinha. Seu carro foi queimado no interior de Parobé. A vítima residia em Gramado e a Polícia Civil identificou cinco acusados. Quatro já foram presos. Este inquérito soma mais de mil páginas e como medidas investigativas, houve quebra de sigilo telefônico e mandados de busca e apreensão. Nesta investigação, imagens de câmeras também foram cruciais. A motivação ainda é investigada. No entanto, quatro indiciados possuem antecedentes por tráfico de drogas, o que justificaria a violência na execução.

O segundo assassinato do ano ocorreu em 21 de maio, no bairro Figueiras. Leomir Antônio Camilo, de 46 anos, foi morto esfaqueado em um posto de lavagem. Um acusado foi identificado e o processo está em andamento.

Na investigação da vítima idosa, o inquérito ainda está em fase de desenvolvimento. A agilidade das autoridades neste caso foi recorde. O pedido de prisão preventiva do suspeito ocorreu às 15h35. O Ministério Público se manifestou favorável às 18h06 e o magistrado em substituição decretou a prisão às 19h.